Dia 13 de dezembro

 

 

"Um semeador saiu a semear...

A parte que caiu entre os espinhos...".

Lucas 8.5 e 14.

 

Vimos anteriormente Jesus nos ensinando sobre aqueles em que A Palavra caiu entre pedras. Esses são os que a recebem com alegria, mas é de pouca duração; logo apostatam da fé. Experimentam várias coisas de Deus, tiveram uma candeia alumiando em lugar escuro, mas nunca chegaram ao pleno conhecimento da verdade, no conhecimento de Cristo; a estrela da alva não surgiu em seus corações.

Nessa passagem, Jesus nos ensina sobre aqueles em que a Palavra caiu entre espinhos: "E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição" Lucas 8.14. Há uma outra versão que diz que os frutos não chegam a amadurecer.

Dois tipos de solos não chegam ao conhecimento da Pessoa de Cristo e os outros dois sim. A que caiu entre os espinhos e a que caiu em terra fértil, que veremos em seguida, foram regenerados, chegam a dar fruto; mas a que caiu entre espinhos, os seus frutos não chegam a amadurecer; não servem para Deus, não glorificam a Deus: "Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos" João 15.8.

Deus planta a boa semente, na esperança de colher bons frutos: "Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de participar do fruto" I Coríntios 9.10, mas como disse Jesus, ela é sufocada com os cuidados, riquezas e deleites da vida. A pessoa crê com o coração, permanece na Sua Palavra, e vai o seu caminho como um cristão, mas o cuidado e o prazer pelas coisas do mundo sufocam a Palavra e não deixa que esse cristão dê um fruto perfeito, maduro: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" I João 2.15-17.

Muitos dão como desculpas nos seus muitos afazeres e cuidados com as coisas dessa vida, que tem de cuidar com diligência daquilo que Deus lhes deu, como uma mordomia, mas não é isso. Os cuidados dessa vida não podem sufocar a Palavra que é viva em nós. Eles não podem ser impedimentos para a vida cristã, e sim de edificação. Quando nos são dadas como mordomia, não sufocam a Palavra, mas dá muito fruto. Jesus aqui nos ensina que a que caiu entre espinhos, que são esses cuidados e deleites, sufocam a Palavra. Esses cristãos não dão fruto com perfeição.

A vida cristã é para alegria mútua, tanto de Deus que semeia a boa Palavra, como daquele que dá bom fruto: "E, dizendo-o a Jotão, foi e pôs-se no cume do monte de Gerizim, e levantou a sua voz, e clamou e disse-lhes: Ouvi-me, cidadãos de Siquém, e Deus vos ouvirá a vós; foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós. E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano" Juízes 9.7-15.

A vida cristã, como já vimos anteriormente, é comparada a uma plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado (Isaías 61.3 e Salmos 1.3). Jesus nos ensina que o Pai é o viticultor, Jesus a videira e nós os ramos. Ele cuida para que a sua videira dê muito fruto. Fomos escolhidos por Jesus para dar muito fruto, e não podemos deixar que o mundo, os seus cuidados e os seus deleites nos desviem do propósito de Deus: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda" João 15.1-2 e 16.

Para os cristãos, a amizade do mundo é inimizade contra Deus (Tiago 4.4), mas não podemos esquecer que a sedução das riquezas e os deleites da vida também não o deixam dar fruto com perfeição. Fomos criados para a Sua Glória: "A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz" Isaías 43.7, e para publicar o seu louvor e não para envolvermos e nos deleitarmos com as coisas dessa vida: "Esse povo que formei para mim, para que publicasse o meu louvor" Isaías 43.21.

Amar a Deus de todo o nosso coração, de todo a nossa alma e de todo o nosso pensamento é o primeiro e grande mandamento. Amar o próximo como a si mesmo é o segundo e semelhante a este (Mateus 22.37-39). Amar não é buscar o nosso próprio interesse, mas o do outro. Amar a Deus é viver para Ele, buscar o seu interesse e não o nosso; publicar o seu louvor, glorificá-Lo, e dar fruto com perfeição: "Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus" Romanos 7.4. Amém.

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