Dia 15 de junho

 

 

"Ao que muito colheu não sobrou;

e ao que pouco colheu, não faltou".

II Coríntios 8.15.

 

Muitos círculos cristãos dos nossos dias exigem o sucesso. O cristão para se mostrar abençoado por Deus deve prosperar. Para testemunhar da sua prosperidade é necessário acumular bens, mas isto é o curso deste mundo e não a Palavra de Deus: "Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" I João 2.16-17.

O texto que iniciamos é uma referência à colheita do maná no deserto (Leia Êxodo 16.16-21). Todos os dias Deus derramava do céu o maná, e cada pessoa podia tomar para si um gômer, que é o equivalente a 3,7 litros. Aqueles que não tinham um coração em obediência tomavam muito mais do que Deus tinha lhes dado, e apodrecia. Já aqueles que dispunham o seu coração à obediência, quando colhiam a mais, repartia com o que colhia a menos e assim havia igualdade.

Este é um ensinamento para nós hoje como foi aos irmãos na Igreja primitiva. Eles tiveram revelação desta Palavra e repartiam os seus bens entre aqueles que não tinham nada: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister" Atos 2.44-45.

A vida cristã não é baseada na letra, mas em piedade. O amor não deve ser de palavras ou de língua, mas por obra e em verdade. Os nossos bens são para esta vida, mas a piedade tem promessas para esta e para a vida vindoura: "Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir. Esta palavra é fiel e digna de toda a aceitação" I Timóteo 4.8-9.

Aquele que não confiava no Senhor na colheita do maná, e guardava além da sua cota para aquele dia, o que acumulava apodrecia. Já os que esperavam no Senhor para o próximo dia, viviam em comunhão com os outros irmãos no que repartiam. O que tinha mais vigor, mais habilidade e colhia muito, repartia com aquele que pouco colhia. No final, o que colhia muito não sobrava e o que colhia pouco não faltava, e assim havia igualdade: "Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade" II Coríntios 8.14.

Irmãos, a nossa necessidade não é acumular bens, ou ter poupanças que nos garanta para o dia de amanhã. A nossa garantia é o Senhor. Ele é a garantia e a esperança dos nossos dias: "Faze-me conhecer, SENHOR, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil. Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. (Selá.) Na verdade, todo homem anda numa vã aparência; na verdade, em vão se inquietam; amontoam riquezas, e não sabem quem as levará. Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança está em ti" Salmos 39.4-7.

Se acumularmos como garantia é porque nosso coração não está confiando no Senhor. Se não é como garantia então é por egoísmo mesmo. Neste caso estaremos empobrecendo no Reino de Deus: "Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda" Provérbios 11.24.

O que colhe demais e acumula, os seus bens já estão apodrecidos aos olhos de Deus: "Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias" Tiago 5.1-3.

Despojemos do velho homem mesquinho e avarento, e nos revistamos do novo homem Cristo, que é piedoso e liberal. Amém.

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