Dia 28 de março

 

 

Sermão do Monte - Parte X

"E, abrindo a sua boca, os ensinava...".

Mateus 5.2.

 

O sermão do monte é o marco que iniciou a caminhada de Jesus no seu ministério de ensino aos seus discípulos. Depois de separar seus doze apóstolos, percorreu toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino de Deus, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria. De sorte que o seguiam grandes multidões. Jesus, pois vendo as multidões, subiu em um monte e passou a ensiná-las sobre o Reino de Deus.

E abrindo a sua boca, disse-lhes: "Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes" Mateus 5.38-42.

Na lei de Moisés, à medida que você sofria você poderia devolver. Se perdesse um olho, arrancava um olho do outro. Se perdesse um dente, também extraia um dente do outro. Era a justiça dos 100% que era exercida. Em Cristo passamos a conhecer o amor. O amor é tudo o que resume da lei e dos profetas: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" Mateus 22.37-40.

Quantas vezes não queremos exercer a lei sobre as nossas coisas? Quantas vezes não sofremos alguma coisa e logo somos impelidos a exercer o juízo? Quem dentre os homens aceitaria somente tirar um olho do seu adversário que lhe tirou um olho? Se possível tiraria os dois, ou o mataria. Se sofrermos algo, no mínimo ficamos quietos, e ignoramos o fato. Sempre que algo aparece a nós, o que primeiro nos vêm à mente é o juízo.

A nossa necessidade é de conhecermos a Cristo, conhecer a Sua Vida e não exercermos juízo: "Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente" I Pedro 2.21-23.

Nós não vivemos pelo que é certo, nem pelo que é errado fazer. Essa era a árvore do conhecimento do bem e do mal. Não temos que exercer juízo, e muito menos nos levantar contra, mas negarmos a nós mesmos, tomar a nossa cruz e segui-lo; sempre e em todo lugar: "Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; e assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal" II Coríntios 4.10-11.

Se alguém bater em nossa face, não temos mais natureza para revidar. O que fazemos então? Emitimos um juízo, abaixamos nossa cabeça e saímos dali. Isso seria o que faríamos. Mas não é isso que Jesus disse: "Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra". Mas você poderá dizer: - Mas aí é demais. Ele me feriu e eu tenho que oferecer a outra face? Jesus quer que você o conheça. Nós sairíamos dali, mas Jesus irá oferecer a outra face. Esta é a graça da Vida de Cristo em nós que necessitamos conhecer: "Não mais eu, mas Cristo vive em mim" Gálatas 2.20.

Assim é também com todas as coisas. Se alguém vier e tomar a nossa túnica, o juízo que por nós viria seria reclamar o que nos pertence. Jesus dará também a capa. Se alguém te fizer caminhar uma milha, iríamos reclamar que ele nos pagasse o prejuízo. Jesus irá com ele duas milhas. Eu insisto, a nossa necessidade não é de juízo: olho por olho, dente por dente. Nem mesmo de abaixar a nossa cabeça e deixar para lá, mas de conhecer a Cristo, pois, Ele é a nossa justiça: "Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" I Coríntios 1.30.

A manifestação da vida dEle em nós é que é a justiça, a sabedoria, a santidade e a redenção. Dar também é obra dEle, tem que ser operada por Ele. O poder e a piedade também são de Cristo e não nossa: "E quando Pedro viu isto, disse ao povo: Homens israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?" Atos 3.12 É Jesus quem dá a quem quer: "Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer" João 5.21. "O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu" João 3.27.

Se nos alegramos, nos regozijamos nEle. Se sofrermos, estamos conhecendo as aflições de Cristo e não as nossas. Se somos injuriados e perseguidos, é por causa dEle: "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós" Mateus 5.11-12.

Mas é para isto também que fomos chamados: "Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele" Filipenses 1.29. Depois receberemos do Senhor a recompensa: "Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" I Pedro 4.13. Amém. 

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