Dia 29 de março

 

 

Sermão do Monte - Parte XI

"E, abrindo a sua boca, os ensinava...".

Mateus 5.2.

O sermão do monte é o marco que iniciou a caminhada de Jesus no seu ministério de ensino aos seus discípulos. Depois de separar seus doze apóstolos, percorreu toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino de Deus, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria. De sorte que o seguiam grandes multidões. Jesus, pois vendo as multidões, subiu em um monte e passou a ensiná-las sobre o Reino de Deus.

E abrindo a sua boca, disse-lhes: "Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.  Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus" Mateus 5.43-48.

O Senhor nos ensina em Sua Palavra que se um irmão pecar contra outro, Deus será o juiz. Mas se alguém pecar contra Deus, quem intercederá por ele? (I Samuel 2.25). Nós olhamos ao nível humano; a visão de Deus é lá do céu: "O SENHOR olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens. Do lugar da sua habitação contempla todos os moradores da terra. Ele é que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras" Salmos 33.13-15. Nós julgamos segundo a aparência, e Jesus nos ensina que esta não deve ser a maneira de julgarmos: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" João 7.24.

A visão que o Senhor nos dá depois de nossa regeneração, não é a visão humana, de aparências, mas a visão celestial. Não é exercer juízo como vimos anteriormente, mas é triunfar sobre o juízo: "Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo" Tiago 2.13. O Senhor deseja que gozemos daquilo que é da natureza divina e não da natureza caída do homem: "Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo" II Pedro 1.4.

O que o homem tem como justiça? Amar o próximo e odiar o inimigo. O que Deus tem para os seus inimigos? O amor, o perdão a reconciliação e a misericórdia: "A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou" Colossenses 1.21.

Uma vez mortos e ressuscitados juntamente com Cristo, estamos agora assentados nos lugares celestiais: "E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" Efésios 2.6. A nossa vida está escondida com Cristo em Deus: "Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus" Colossenses 3.3. A nossa visão agora não deve ser terrena, mas celestial. É necessário enxergarmos onde estamos. Assentados nos céus, enxergando com os olhos espirituais: "Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos" Efésios 1.18.

Agora não é mais a nossa forma de ver e julgar as coisas, mas é enxergar segundo a visão de Deus. Não é mais julgarmos pelo que vemos ou ouvimos, mas andando no Espírito: "E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. E deleitar-se-á no temor do SENHOR; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos" Isaías 11.2-3.

Agora como cidadãos celestiais, é necessário conhecer e andar em Jesus que é a nossa vida: "Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças" Colossenses 2.6-7.

Ser perfeito não é emitir um juízo correto. Ser perfeito é conhecer (experimentalmente) o perfeito Jesus Cristo: "O caminho de Deus é perfeito... Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho..." Salmos 18.30 e João 14.6. Quando Cristo que é a nossa vida se manifestar, então nos manifestaremos com Ele em Glória (Colossenses 3.4). Só Jesus é perfeito, como é perfeito o nosso Pai celestial: "Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre" Hebreus 13.20-21.

NEle, somos perfeitos como é perfeito o nosso Pai celestial: "E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade" Colossenses 2.10. "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará" Filipenses 3.14-15.

Em Jesus, nós que éramos pecadores ingratos e inimigos, agora somos filhos agradáveis a Si: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado" Efésios 1.3-6. Amém.

Retornar