O CRENTE ESPIRITUAL A perseverança dos santos "e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração para que nunca se apartem de mim" Jeremias 32.40. Talvez fosse bom falar primeiro, o que significa perseverança. Perseverança é o ato de permanecer firme e constante, e jamais cair ou voltar atrás. Ou como usam as igrejas: desviar-se ou cair da fé. Quando alguém pensa que a perseverança está na sua própria capacidade, logo ele concluirá que é possível cair. Quando olhamos para a graça de Deus, ficamos tranquilos sabendo que jamais pereceremos. Somente Deus aqui tem o poder de manter em pé ou deixar cair. Em Cristo, estamos firmados na rocha: “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar” Romanos 14.4.
A graça de Deus, como vimos nos capítulos anteriores, trouxe ao homem a justificação pelo sacrifício de Jesus: no Seu sangue, na Sua morte e na Sua ressurreição. Pela fé neste ato de justiça, é que encontramos a libertação do pecado e o seu perdão, bem como a santificação pela vida de Cristo em nós. Ele nos deu a redenção pela Pessoa de Cristo, e isto significa que estamos totalmente livres de tudo que nos escravizava, e também livres da culpa e da dívida. Uma vez redimidos, Deus nos ensina a permanecermos livres, e isto é que é perseverança. Perseverar livre para quem já foi escravo é todo o seu desejo: “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão” Gálatas 5.1.
Como não poderia ser diferente, a graça de Deus vem também nos prover pela mesma vida de Cristo, a perseverança necessária: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” Filipenses 1.6. “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, e ele também o fará” I Tessalonicenses 5.23-24. O medo da queda só está naqueles que nunca tiveram certeza da sua salvação.
Todo aquele que nasceu de novo, e conhece o Todo-Poderoso, que é a sua vida, não teme cair da graça. Ele sabe que está habitando no esconderijo do Altíssimo, e na sombra do Todo-Onipotente, descansa: “Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre. Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre. Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniquidade” Salmos 125.1-3.
O cetro de um rei é o símbolo da sua soberania, e do seu governo. Aqui, Deus promete-nos pela Sua Palavra que ao dar-nos Sua vida, Ele nos torna seu reino (Apocalipse 1.6). Passamos a estar sob o seu governo e sob o Seu Reino de Santidade. O reinado do diabo e do pecado, passa a não mais ter domínio sobre todos aqueles que nasceram de novo. Poderíamos somente com este versículo da Escritura, saber que os filhos de Deus, estão guardados por Ele por toda a eternidade, mesmo estando neste mundo, mas Ele ainda diz: “Mas Israel ( aqui é o Israel de Deus) será salvo pelo Senhor, com uma salvação eterna; pelo que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em toda a eternidade” Isaías 45.17. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós, que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo” I Pedro 1.3-5. Quem foi regenerado pela ressurreição de Jesus dentre os mortos, é guardado pelo poder de Deus, e assim persevera até o último dia.
Em nenhum lugar, a Palavra de Deus diz que esta perseverança é sustentada por algum santo (santo significa aquele que pelo novo nascimento, foi separado por Deus para ser dEle), mas toda ela revela-nos a suficiência nas promessas e no poder de Deus: “Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado” Gênesis 28.15. Você crê nisto?
Talvez você ainda pergunte: - E o diabo, e os seus dardos inflamados? E as hostes espirituais da maldade? E os dias que são maus? E o mundo e as suas tentações? Deixe de olhar para as suas fraquezas, e olhe para a armadura que Deus nos deixou em suas promessas. Deixe de questionar e creia no que Deus diz: “Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” Efésios 6.13-18.
Jesus disse: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” João 11.40. Todo justo viverá pela fé. Não estou ignorando todas estas coisas, mas o Senhor nunca nos deixará desamparados. O justo viverá da fé, e fé é firmeza no que Deus diz e não no que é aparente. Em todas estas coisas, somos mais do que vencedores por aquele que nos amou (Romanos 8.37). Qualquer pessoa que nasceu de novo, sabe que não poderá enfrentar os poderes desses inimigos por sua própria força. Tanto é assim, que Deus nos guarda pelo seu poder. Reconhecemos que somos fracos, mas é nesta fraqueza que o poder de Deus se aperfeiçoa. Quando o apóstolo Paulo recebeu aquele espinho na carne (muitas controvérsias tem-se quanto ao que seja este espinho na carne, mas o próprio apóstolo nos esclarece no v.7, quando diz: “a saber”. Ele ali fala que este espinho na carne, era um mensageiro de Satanás que o esbofeteava, para que ele não se exaltasse pela excelência das revelações que Deus lhe dava), ele pôde então compreender que o poder de Deus, se aperfeiçoa na fraqueza: “e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo” II Coríntios 12.9. Se é pelo nosso poder não necessitaríamos do poder de Deus.
A perseverança de um santo não está garantida apenas pelo poder de Deus (se é que podemos falar apenas), mas também pelo seu amor: “Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” João 13.1. Este amor não é um amor temporário, mas permanente e eterno. Aquele que tem manifestado este amor mostra-nos que este amor já existia antes da fundação do mundo, como também, que jamais acabará: “De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí” Jeremias 31.3. “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” Efésios 1.4-5. “As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” Cântico dos cânticos 8.7.
Deus conhece a nossa fraqueza, Ele sabe que somos pó; que somos como uma erva que nasce e logo perece, e que valemos menos que um sopro. Mas o seu amor por nós, faz de Deus a nossa rocha e a nossa esperança: “Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha fortaleza; não serei grandemente abalado” Salmos 62.1-2. Este Seu amor por nós, faz com que Ele seja o guarda das nossas vidas, tornando-se assim, inimigo dos nossos inimigos: “Mas se, na verdade, ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários” Êxodo 23.22. “O Senhor entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos que se levantarem contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão da tua presença” Deuteronômio 28.7.
Você pode crer neste Deus que não pode mentir? Ele está dizendo-lhe: Se o seu poder e o seu amor não te guardar, você não poderá viver em pé, nem um dia sequer, diante de todos esses inimigos. Creio que se procurarmos na Bíblia, cada dia, uma promessa para esta perseverança, encontraremos sempre à Sua voz dizendo: “Não temas”. Ele promete em Sua Palavra nunca nos deixar e nunca nos desamparar.
Uma vez que somos guardados e separados por sua graça desde o ventre de nossa mãe, o Todo-Poderoso continuará a nos guardar até o dia de Cristo: “Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei” Jeremias 1.5. “Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra” Apocalipse 3.10. "Até a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos livrarei" Isaías 46.4.
Além do poder e do amor de Deus, encontramos também nas Escrituras, mais um atributo de Deus que traz a garantia da perseverança de alguém que nasceu de novo: a Sua Fidelidade. A fidelidade de Deus não deixará que Deus minta, porque senão Ele seria derrotado pelo diabo, pois, este é que é o pai da mentira. Talvez seja difícil para nós sabermos o que seja fidelidade em nossos dias. Nem encontramos mais os contratos feitos apenas por palavras. Hoje, mesmo com os contratos escritos, não são cumpridos, quanto mais os prometidos por boca. O homem é infiel nos contratos, mas Deus não. Quantas vezes você não prometeu a Deus muitas coisas, e quantas vezes não se mostrou infiel não cumprindo-as. Caso sejamos infiéis, Ele permanece fiel. Deus é perfeito em todo o seu ser, e fiel em todas as suas promessas.
A fidelidade de Deus faz parte da Sua divindade, portanto, a Sua fidelidade faz com que cada promessa que Ele tenha feito a nós, seja cumprida totalmente, uma por uma: “se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo” II Timóteo 2.13. “Pois quê? Se alguns foram infiéis, porventura a sua infidelidade anulará a fidelidade de Deus? De modo nenhum; antes seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado” Romanos 3.3-4.
Deus é fiel, a sua saída como a alva é certa. Nem um j ou um til cairá da Sua Palavra sem que tudo se cumpra, porque Ele mesmo vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jeremias 1.12). Tudo o que Deus prometeu, Ele cumprirá, nenhuma de Suas Palavras cairá por terra: “Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti? Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos” Salmos 89.8, 5. "Eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós sabeis em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado uma só palavra de todas as boas coisas que a vosso respeito falou o Senhor vosso Deus; nenhuma delas falhou, mas todas se cumpriram" Josué 23.14.
A fidelidade de Deus é mais uma segurança real do crente espiritual para a sua perseverança. É através dela que encontramos uma âncora segura e firme. Num grande navio, é a âncora que o mantém fixo sobre as águas. Nesta nova vida, a garantia desta estabilidade, firmeza e segurança na perseverança, também está na Fidelidade de Deus: "assim que, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu” Hebreus 6.17-19.
A outra segurança que podemos encontrar nas suas promessas, para a garantia da nossa perseverança, é a aliança que Deus fez com o noivo Jesus. Se a garantia desta vida eterna estivesse na nossa própria perseverança, já estaríamos reprovados em Adão. Foi pela obediência de Jesus, e as firmes promessas de Deus feitas a Ele, é que a sua noiva, que é a Sua Igreja, será guardada virgem e imaculada (II Coríntios 11.2), para o dia das bodas: “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio dos teus inimigos. O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes santos (veja aqui qual será o traje festivo, o vestido da noiva); como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade. Jurou o Senhor, e não se arrependerá (Ele é fiel): Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” Salmos 110.1-4.
Se você não creu no que vimos na Palavra de Deus nos capítulos anteriores deste livro, nunca você poderá crer nesta perseverança. Mas se o Senhor pela Sua misericórdia e graça, tem-lhe feito crer na Sua Palavra, você jamais duvidará que esta perseverança está garantida por Ele, e pelo Espírito de Cristo que vive em nós. Como os filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus, e este Espírito foi enviado para nos guiar a toda a verdade, cada dia que passa a segurança e a confiança neste Seu poder, no Seu amor, na Sua fidelidade, e nas Suas promessas feitas a Jesus, tornam-se um motivo de louvor e confissão, pois, assim nos ensina as Escrituras quando diz: “retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa” Hebreus 10.23. "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" Efésios 4.30.
Um crente espiritual persevera porque Deus mudou o seu coração, deu-lhe um só caminho, e ainda colocou dentre dele o Espírito de Cristo para o guardar de tropeçar (Judas 24). Também Deus colocou neste coração novo, o Seu temor, para que nunca se apartem dEle: "... e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim" Jeremias 32.40. A Palavra também é impressa no coração e no entendimento de todo aquele que nasceu de novo (Hebreus 8.10). O crente espiritual não tem desejo de pecar contra Deus, porque a divina semente que é Jesus permanece nEle (I João 3.9). “Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti” Salmos 119.11.
Um crente espiritual, livre do poder do pecado, se torna um servo da justiça. Este novo coração, e a vida santa do Filho de Deus nele fazem que tenha nojo da sua vida passada no pecado: “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis... Então vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos feitos, que não foram bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas iniqüidades e das vossas abominações” Jeremias 36.31. Agora o seu desejo é só o conhecimento de Cristo e a sua santificação: “E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça... Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” Romanos 6.22.
O temor que Ele coloca no crente espiritual, é para que ele nunca se desvie dEle, como diz o versículo de Jeremias 32.40. É este temor, que passa a produzir no crente espiritual, desejo de obediência a Deus, e o ódio por todo o mal: “O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os odeio” Provérbios 8.13, como também ter nojo e vergonha do pecado: “Porque eu estabelecerei a minha aliança contigo, e saberás que eu sou o SENHOR; para que te lembres disso, e te envergonhes, e nunca mais abras a tua boca, por causa da tua vergonha, quando eu te expiar de tudo quanto fizeste, diz o Senhor Deus” Ezequiel 16.62-63. O temor do Senhor, também traz ao crente espiritual, a confiança plena nEle: “No dia em que eu temer, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo” Salmos 56.3-4.
A carne não tem mais poder sobre aquele que está revestido de Cristo. A confiança passa a ser tal, que o crente espiritual não cuida mais da carne com as suas paixões e concupiscências: "Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências" Romanos 13.14, porque sabe que ela está crucificada com Cristo. O desejo de todo crente espiritual, é o de crescer na graça e no conhecimento de Cristo: "... e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” Colossenses 3.10.
Este temor que é derramado por Deus no coração do crente espiritual, além de trazer-lhe confiança, passa a ser também fonte de vida, desviando-o totalmente do mal: “No temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de refúgio. O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte” Provérbios 14.26-27. Este temor é do Senhor, e é colocado neste novo coração como uma suficiência de Deus a fim de perseverarmos. Mais uma vez podemos ver que tudo é por graça de Deus, até mesmo o perseverar.
Quando o Senhor torna-se o nosso refúgio, e o Altíssimo a nossa habitação, com toda a certeza, não cairemos no laço do passarinheiro e na peste perniciosa, porque Ele nos cobre com as suas asas, e a Sua verdade, passa a ser para nós um escudo e broquel. Nem os terrores da noite, nem as setas que voam de dia, nem mesmo a mortandade que assola ao meio-dia poderão mais nos amedrontar (Salmos 91.1-9). Certamente que a bondade e a misericórdia do Senhor nos seguirão todos os dias da nossa vida, e habitaremos na casa do Senhor por longos dias (Salmos 23.5).
Se você duvida, é certo que não receberá do Senhor coisa alguma (Tiago 1.7). Para o que crê, Deus continua a mostrar as suas promessas para esta perseverança necessária quando diz: “... tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” Filipenses 1.6. “E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer” I Pedro 5.10. “... o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” I Coríntios 1.8-9.
Jesus ainda nos traz mais segurança e confiança quando diz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um” João 10.27-30. Na boca de Jesus, a palavra “jamais” tem o sentido de eternidade, isto é, uma vez nascidos de novo, não perecerão eternamente.
Os crentes espirituais foram salvos pela graça de Deus, e estão sendo sustentados pela mesma graça. Confiam que a mesma graça os levará são e salvos deste mundo, para o novo céu e a nova terra. Felizes, crêem que nada, absolutamente nada, poderá separar-lhes do amor de Deus que está em Cristo Jesus o Senhor. Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa poderá lhes separar deste amor (Romanos 8.38-39). Ele novamente nos lembra: “Mas Israel será salvo pelo Senhor, com uma salvação eterna; pelo que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em toda a eternidade” Isaías 45.17. “Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna” Isaías 26.4. Quem nele crê não será confundido (Romanos 10.11).
Para o ímpio o Senhor diz: não há paz. Mas esta obra de justiça que Deus realizou por nós na Pessoa do Senhor Jesus Cristo é paz. O efeito desta justiça de Deus é sossego e segurança para sempre. A partir do novo nascimento, o crente espiritual passa a não mais ter dúvidas, porque sabe que as promessas foram feitas a Jesus que é o noivo, como também que serão guardados pelo amor, pelo poder, pela fidelidade e pelo temor que Deus derramou abundantemente em seus corações: “O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso” Isaías 32.17-18. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. Porque ele tem derrubado os que habitam no alto, na cidade elevada; abate-a, abate-a até o chão; e a reduz até o pó. Pisam-na os pés, os pés dos pobres, e os passos dos necessitados. O caminho do justo é plano; tu, que és reto, nivelas a sua vereda” Isaías 26.3-7. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça” Isaías 41.10. |