A HUMANIDADE DE CRISTO

 

Se há algo que Satanás combate ferozmente é sobre a humanidade de Cristo. Sim, porque se Jesus o tivesse vencido como Deus ele ainda poderia suportar, mas vencê-lo como homem jamais. Aquele que ainda aspira ser como o Altíssimo, nunca aceitou a derrota feita por um homem. Por isso muitos anticristos têm saído pelo mundo, e estes espíritos não confessam que Jesus veio em carne. Mas independente das suas artimanhas, temos agora um homem que está assentado à destra da majestade nas alturas, que destruiu aquele que tinha o império da morte, isto é, o diabo (Heb. 2.14).

Satanás desde o Éden sabia que quem iria esmagar a sua cabeça seria um homem nascido de mulher (Gên. 3.15). Após o anjo anunciar a Maria o nascimento de Jesus, aquele que iria livrar o seu povo dos seus pecados (Mat. 1.21), Satanás se preparou para matá-lo. Assim que Jesus nasceu ele encheu de ódio o coração de Herodes, e como ele não podia saber quem era o menino, mandou matar todas as crianças que havia em Belém e arredores de 2 anos para baixo (Mat. 2.16). Jesus e seus pais foram guardados e enviados por Deus ao Egito.

Quando Jesus completou 30 anos e iniciou o seu ministério, a primeira coisa que lhe aconteceu foi o batismo nas águas. Como Deus ele não precisava ser batizado, mas como homem sim. Era necessário que se cumprisse toda a justiça sobre o segundo homem (Mat. 3.15). Após o seu batismo e a confirmação do Pai que nEle, no Filho do homem Jesus estava todo o seu prazer, ele foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado (Mat. 4.1). Jesus tinha que em tudo ser tentado como homem, isto é, à nossa semelhança, para que pudesse depois socorrer os que seriam tentados (Heb. 4.15).

Sabemos que Jesus foi tentado pelas concupiscências que há no mundo, isto é, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Mas há um pano de fundo mais perverso na tentação. Satanás queria, nas três formas de tentações as quais ele foi exposto, que Jesus deixasse a sua humanidade. Como homem ele estava com fome, e como homem não podia transformar as pedras em pão, mas como Deus sim. E foi isso que Satanás quis que Jesus fizesse, que deixasse a sua humanidade e assumisse a sua divindade.

Assim também foi no pináculo do templo e na visão dos reinos. Como homem Jesus não podia pular dali para baixo porque estaria sobre a influência da lei da gravidade. Para isto ele teria que dar ordem aos seus anjos, e como homem não podia fazer isto. Somente Deus tem poder de dar ordem aos anjos. Então ele finda com a visão dos reinos da terra e com a sua glória. Como homem aqueles reinos não lhe pertenciam, mas como Deus sim. Tudo foi criado por Ele e para Ele, mas Ele ainda não tinha sido exaltado a Senhor e Cristo.

Ainda por muitas vezes Jesus foi tentado, porque as Escrituras dizem que Satanás ausentou-se dele por algum tempo, ou até outra ocasião oportuna (Luc. 4.13). Mas a vemos novamente, com mais ênfase, na sua crucificação. Jesus como homem estava fragilizado naquele momento. Tinha orado por três vezes ao Pai que o livrasse daquele cálice. Não que ele tinha medo da morte, mas por se separar do Pai, por ser considerado maldito de Deus. E por três vezes também foi tentado a descer daquela cruz. A primeira com o ladrão que tinha sido crucificado com ele, e depois pelos príncipes, sacerdotes, e por último pelo próprio povo.

Novamente tinha sido tentado a deixar a sua humanidade e assumir a sua divindade. Como homem jamais podia salvar-se a si mesmo. Só Deus poderia salvá-lo, e ainda que tivesse orado ao Pai, não seria feita a sua vontade, mas a vontade de Deus. A vontade de Deus é que ele fosse crucificado e a de Satanás que ele descesse daquela cruz. A vontade de Satanás é que a morte continuasse a reinar, mas a do Pai que aquele que tinha o império da morte fosse derrotado. E Jesus venceu. Aleluia! Venceu a morte, o diabo, o pecado e os expos ao desprezo. Triunfou deles na mesma cruz (Col. 2.15).

Agora temos um homem que penetrou o próprio céu, e está exaltado à destra da majestade nas alturas. Um homem criado menor do que os anjos, mas que foi coroado de glória e de honra; constituído sobre as obras das mãos de Deus, das obras que foram preparadas desde a fundação do mundo. Jesus é o único que foi digno de tomar o livro e de abrir os seus selos. Um homem cujo nome está acima de todo nome, e que ao seu Nome se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra, e que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Um homem que tudo está sujeito debaixo dos seus pés; o mais formoso dentre os filhos dos homens (Sal. 45.2).

Mas há algo fundamental nesta revelação de Jesus como homem, porque tudo o que Ele fez, fez como homem e não como Deus. Ele disse muito claramente que não fazia as coisas por si mesmo, mas era o Pai que fazia as obras nele. E não deve ser assim conosco também? Por isso ele disse: "Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras... Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho" João 14.10-13.

Jesus em nenhum momento deixou a sua humanidade e assumiu a sua divindade. Ele não teve por usurpação o ser igual a Deus, mas humilhou-se a si mesmo. Ele esvaziou-se da sua divindade, ainda que fosse Deus (Fil. 2.6-7). Ele não só teve que vencer as tentações, mas também nos salvar. Para isto Deus o exaltou a Príncipe e Salvador (Atos 5.31). Agora sim, não foi Satanás que o fez Cristo fazendo-o descer da cruz, mas o Pai o exaltou à sua destra e o fez Senhor e Cristo (Atos 2.36) após a ressurreição.

Satanás agora tem oprimido o povo de Deus, fazendo-os considerarem-se ainda derrotados. A considerarem-se como homens caídos, sem possibilidades de nenhum tipo de vitória. Muitos dizem que Jesus era Jesus, e nós nunca poderemos ter o mesmo padrão de vida. Mentira de Satanás, do pai da mentira! Jesus nasceu como homem, cresceu como homem e venceu como homem. E tudo isto por nós. Como Deus Ele não precisava crescer em graça e em sabedoria, e muito menos aprender a obediência (Luc. 2.52, Heb. 5.8).

Temos que crer que Ele já nos deu tudo o que diz respeito à vida e a piedade, pelo pleno conhecimento. Os nossos olhos têm que ser aberto para ver o Senhor exaltado, e nos ver assentados com Ele nos lugares celestiais. Ver que somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas (Ef. 2.5-10). Temos que crer que Aquele a quem foi dado todo o poder nos céus e na terra vive em nós, e por isso maior é o que está em nós do que aquele que está no mundo. Temos que agora, mesmo como homens, andar como Ele andou, seguir as suas pisadas.

Que o Senhor abra os nossos olhos para vermos que a vitória está no sangue do Cordeiro e na Palavra do seu testemunho (Apoc. 12.11). E que em breve Deus fará que Satanás também seja esmagado debaixo dos nossos pés (Rom. 16.20). Ao único Deus sábio, seja a glória por Jesus Cristo, para todo o sempre. Amém.

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