2.o Dia

No segundo dia Deus disse: "haja um firmamento no meio das águas,

 e haja separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento,

e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento.

E assim foi.  Chamou Deus ao firmamento céu.

E foi a tarde e a manhã, o dia segundo" Gênesis 1.6-8.

Neste dia vemos Deus fazendo separação entre as águas, e estabelecendo a porção seca. Ele disse: "Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi. Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom" Gênesis 1.9-10. Este segundo dia, representa o segundo milênio da existência do homem, e foi quando veio o dilúvio sobre a terra. Apesar da maldade do homem se haver multiplicado sobre a terra (Gênesis 6.5), a luz estava no mundo, e as trevas não podiam prevalecer contra ela, então vemos Noé achar graça aos olhos de Deus, e ser separado para que a descendência dos filhos de Deus, dos filhos do dia continuassem.

Em sua própria família vemos os filhos do dia e os filhos da noite. Somente as oito almas ficaram após o dilúvio, mas entre eles a maldade do coração do homem permanecia sobre a terra, e Deus disse: "Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer. Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite" Gênesis 8.21.

Depois do dilúvio não havia mais nenhum ser humano vivendo sobre a terra, a não ser estas oito almas, mas Deus que conhece os corações e esquadrinha a mente, sabia que o pecado continuava no mundo, e a terra não poderia ser mais amaldiçoada por causa do homem. Guarde esta promessa de Deus, porque será de grande valia no entendimento do sétimo dia.

Deus por esta promessa, também estava afirmando que a terra terá um tempo de duração, quando disse: "Enquanto durar a terra". A terra, como a criação terá sete dias, ou sete mil anos. A partir daí, ela será destruída pelo fogo: "já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios. Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia" II Pedro 3.5-7.

Enquanto a terra durar, como podemos ver em Gênesis 8.21, Deus disse que haveria sementeira e ceifa. Ele estava dizendo que a partir de então, a Sua Palavra seria enviada para ser pregada em toda a terra (Isaías 55.10-11). Até o dilúvio, não havia sementeira sobre a terra. Não havia pregação, tanto é assim, que Jesus quando morreu, desceu aos espíritos em prisão para pregar-lhes a Palavra. Isto se refere ao tempo da longanimidade de Noé (I Pedro 3.19-20, 4.6). Se a semente tivesse sido lançada sobre a terra, não haveria necessidade de Jesus pregar a estes espíritos em prisão. Deus nos fala disso no terceiro dia, e isto veremos em seguida.

Devemos atentar ainda para o frio e calor, que além de falar de clima, também fala da situação das pessoas que ouvem a sua Palavra. Encontramos em Apocalipse 3.15, Jesus dizendo à igreja de Laudicéia o seguinte: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca". Desde que a Palavra foi pregada, tem havido estes dois grupos de pessoas, e até aparecido um terceiro, que são os mornos. Estes estão fora da determinação de Deus para a terra, isto é, para aqueles que herdarão a terra.

Deus na continuação diz que haveria inverno e verão. Porque Ele não fala sobre outono e primavera, mas sobre inverno e verão? Talvez para nós, que não conhecemos o tempo de inverno com baixas temperaturas, é mais difícil compreender, mas o inverno representa o tempo de morte, e o verão o tempo de vida. Nos lugares de baixa temperatura, no tempo do inverno não vemos nada de verde, somente gelo. Mas no verão, vemos renascer a vida. A Sua Palavra trouxe inverno e verão sobre a terra, isto é, morte e vida. Deus nos fala disso em II Coríntios 2.15-16, quando diz: "porque para Deus somos um aroma de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para uns, na verdade, cheiro de morte para morte; mas para outros cheiro de vida para vida".

Em seguida, Deus fala novamente sobre dia e noite. Deus destruiu o homem que tinha criado por meio do dilúvio, e este é o segundo dia, e podemos ver que não havia terra seca, só água. As águas cobriram a terra por 150 dias (Gênesis 7.17-24) até mesmo os mais altos montes. Depois destes dias, Deus cerrou as fontes do abismo, e então as águas se foram retirando de sobre a terra, e então Deus fez o elemento seco. Separou as águas da terra seca, e fez os mares.

Até o dilúvio não tinha chovido sobre a terra, apenas um vapor que subia e regava toda a terra. Depois do dilúvio, Deus congelou as águas nos polos, como também fez subir grande parte dela para as nuvens. Até então, não havia frio e calor, inverno e verão. Caso torne as geleiras a derreter e as águas das nuvens a cair, a terra se encheria novamente. Tudo isto aconteceu no segundo milênio. Para nós, esta é a revelação de Deus do segundo dia.

Como dissemos anteriormente, os filhos das trevas tentaram dominar o mundo e prevalecer sobre a luz. A maneira como tentaram acabar com a luz é fazendo misturar luz e trevas: "Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram" Gênesis 6.1-2. Deus sempre orientou para não se misturar às outras nações, os povos estranhos. Não há comunhão, ou vida em comum entre luz e trevas, este é um jugo desigual com os incrédulos (II Cor. 6.14). Então as filhas das trevas procuraram seduzir com sua beleza os filhos de Deus, e a terra se encheu de trevas. Chegou um tempo em que esta terra já foi povoada em grande número, mas a partir da mistura, as trevas foram cobrindo novamente a terra a ponto de toda a intenção do coração do homem ser má continuamente.

As trevas estava novamente cobrindo a terra, e vinha prevalecendo, mas Deus teve que intervir separando aquelas oito almas e trazendo o dilúvio sobre a terra. Após o dilúvio Deus separou as águas da terra seca e o firmamento que chamou céu. Ali Deus mostrou ao homem que havia um céu, e que toda necessidade do homem seria provida pelo céu, por Deus. Vemos neste segundo milênio o tempo de Noé até Abrão que veremos no terceiro dia. No primeiro dia vemos trevas e luz, no segundo dia terra e céu, os terrenos e os celestiais. A terra e o céu, o santo e o profano separados, mas o homem nunca aceitou isto, e quando tentaram por si mesmos chegar ao céu criando uma torre, Deus mais uma vez interveio: "Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma. E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali habitaram. Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa. Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra" Gênesis 11.1-9.

A ordem de Deus a Noé era a mesma que Ele deu a Adão, que povoasse novamente a terra e não que ficassem todos em um mesmo lugar, e que toda a necessidade do homem seria suprida do céu para a terra, e não de algo que viesse da terra. O homem necessitando de Deus, e não Deus necessitando do homem. Ele viria a nós, como a chuva temporã que rega a terra. Toda a necessidade do homem seria suprida por Deus, e viria do alto como chuva: "Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida, e no-la atará. Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra" Oséias 6.1-3. E assim entramos no terceiro dia.

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