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Charis - O Correio da Graça                                                                

 


 

HERESIAS NA HISTÓRIA DA IGREJA

 

HERESIAS 1 – JUDAÍSMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Doutrina de demônios não é levar alguém a adorar Satanás, mas todo ataque contra a Pessoa do Pai, de Jesus Cristo, do Espírito Santo e a Sua Igreja. Em todo o tempo a Igreja com a ajuda do Espírito Santo teve que intervir contra as heresias. Faremos uma série de meditações sobre elas, de maneira sucinta, e que você poderá pesquisar mais caso queira se aprofundar. A primeira delas é o judaísmo.

O primeiro embate que a Igreja primitiva teve foi com o judaísmo. Tanto as 120 almas que estavam no Pentecostes, quanto as 3.000 e as 5.000 almas que creram depois, no princípio da Igreja eram judeus. Todos traziam a tradição do judaísmo e tiveram alguns problemas para crerem que a graça e a verdade que vieram por Jesus eram suficientes para eles, e que a lei que veio por meio de Moisés foi totalmente satisfeita na cruz.

Após isto, a salvação também começou a acontecer entre os gentios, pessoas que não eram da nação de Israel, e a controvérsia começou a se acirrar. Por causa do testemunho do apóstolo Pedro eles viram que a salvação chegou aos gentios também, mas que eles teriam que se sujeitar a alguns mandamentos e ritos dos judeus, impondo-lhes o judaísmo. 

A maioria cria totalmente na graça de Deus em Cristo, mas eles achavam que alguns ritos como circuncisão, festas, luas novas, sábados, comida ou bebida deveriam ser preservados e observados também pelos gentios para que eles fossem salvos. Atos capítulo 15, no verso 2 nos mostra que houve uma grande contenda sobre isso, o que resultou no primeiro concílio no ano 49 D.C., o “Concílio em Jerusalém”.

Neste primeiro Concílio, onde estavam reunidos os apóstolos, os presbíteros, Paulo, Barnabé e Silas, e muito ajudados pelo Espírito Santo ficou resolvido o seguinte: “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” Atos 15.28-29.

De tempo em tempo o judaísmo com seus ritos e leis tem retornado para atacar a Igreja de

Jesus Cristo. Para a Igreja de Jesus, o fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê (Rom. 10.4). Ninguém é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo. O que o que foi resolvido neste primeiro concílio, com a ajuda do Espírito Santo permanece em pé até hoje, e são os mandamentos que desde então continuam regendo a Igreja.  

HERESIAS 2 – ASCETISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Além do judaísmo, uma prática muito comum no princípio da Igreja primitiva, originária dos guerreiros e atletas gregos e romanos, desde a Grécia antiga é a disciplina àskesis. Esta disciplina tinha como finalidade conseguir uma melhor forma corporal, e através dela maior espiritualidade. Eles são mais conhecidos como os ascetas, praticantes do ascetismo.

Os ascetas praticavam um estilo de vida austero, se abstendo dos prazeres da carne como comida, bebida, sexo inclusive matrimonial, e uma severidade para com o corpo buscando com isso adquirir um grande grau de espiritualidade.

Muito da cultura do corpo que vemos hoje, bem como práticas do vegetarianismo e veganismo na alimentação provém da cultura asceta. Um corpo físico forte, malhado, bem delineado e uma alimentação ultra saldável, e a abstinência de prazeres carnais gera uma espiritualidade suprema dizem os ascetas. Esta é uma cultura muito cultivada também entre os hindus, os budistas e outros. 

O apóstolo Paulo quando escreve a carta aos Colossenses procura combater esses ensinos falsos. A espiritualidade alcançamos em morrer e ressuscitar com Cristo e não na abstinência de necessidades humanas. Aos Colossenses ele ensina: “Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” Colossenses 2.20-23.

HERESIAS 3 – GNOSTICISMO I

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Havia uma heresia sobre a negação da natureza divina e humana de Jesus Cristo desde o I

século, ainda no tempo dos apóstolos, que era o gnosticismo. A palavra gnóstico vem do grego gnósis que quer dizer conhecimento. O gnosticismo combinava alguns elementos da astrologia e mistérios das religiões gregas, como os mistérios de Elêusis (ritos de deusas agrícolas), com as doutrinas do cristianismo. Em seu sentido mais abrangente, o gnosticismo significa "a crença na salvação pelo conhecimento". Eles creem num Deus supremo, mas que ele é inatingível, e o conhecimento deste Deus só pode ser alcançado pela gnósis, pelo alto grau de conhecimento.  

Os gnósticos acreditam, e esta crença ainda subsiste até hoje, que “A matéria é má!” – Esse é o lema dos gnósticos. Essa foi uma ideia que eles “tomaram emprestado” de alguns filósofos gregos, e não apenas porque contradiz Gênesis 1.31, bem como outras partes da Sagrada Escritura, mas porque nega a própria encarnação de Jesus. Se a matéria é má, então Jesus não poderia ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois em Cristo não existe nada que seja mau. Assim muitos gnósticos negavam a encarnação alegando que Cristo apenas “parecia” como homem, mas essa sua humanidade era apenas ilusória.

Cerinto, um dos seus pensadores dizia que Cristo, o Filho de Deus desceu do poder que está acima de todas as coisas, e entrou no homem Jesus em forma de uma pomba no batismo; Jesus, unido como esteve ao Cristo que tinha descido sobre si, trouxe aos homens a mensagem do Deus até então desconhecido, e viveu em perfeita virtude. Finalmente, o Cristo se separou do homem Jesus antes do calvário, e voltou para a sua glória, e só o homem Jesus foi crucificado, e ressuscitou depois, porque Deus não podia morrer.

HERESIAS 4 – GNOSTICISMO II

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Desde o primeiro século os gnósticos estiveram circulando entre as doutrinas gregas e cristãs, e muitos de seus adeptos frequentavam as reuniões cristãs e procuravam influenciar os cristãos com suas doutrinas heréticas. Como vimos na meditação anterior, uma de suas doutrinas era de que Jesus não veio em carne, mas se uniu no dia do batismo, a um homem chamado Jesus para trazer o conhecimento de Deus, mas que retornou aos céus antes desse homem Jesus ser crucificado, porque o Cristo não podia morrer.

Eles também propunham a crença em muitos seres divinos (anjos), conhecidos como “aeons” que servem de mediadores entre o homem e um inatingível Deus. O mais baixo de todos esses “aeons” que estava em contato direto com os homens teria sido Jesus Cristo. Praticamente o livro de Colossenses e a carta de I João foram escritos por causa deles. 

João chama este espírito de espírito do anticristo: 1Jo 2:21-22: "Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho". Em sua primeira carta João usa 21 vezes a palavra “conhecimento” para mostrar que este conhecimento de Deus se dá por Jesus Cristo. 

Jesus é o Verbo que se fez carne, o Verbo que estava com Deus, o Verbo que era Deus (João 1.1-14); homem e Deus, Deus com Deus, Deus com os homens. Que morreu crucificado, desceu ao inferno (Atos 2.30-31), foi ressuscitado ao terceiro dia, e hoje está assentado no trono da majestade nas alturas, com um Nome acima de todo nome (Hb. 8.1).

Hb 1:3-6: "sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem."   

HERESIAS 5 – DOCETISTAS

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Logo após a morte de todos os apóstolos, no final do I e início do II século D.C. apareceram os docetistas, um ramo do gnosticismo que acreditava que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. Não existiam "docetas" enquanto seita ou religião específica, mas como uma corrente de pensamento que atravessou diversos estratos da Igreja. O docetismo acreditava que Jesus Cristo era um tipo de espectro, logo, apesar de ele ter uma aparência humana, não possuía carne e nem sangue.

Mais uma heresia com o propósito de atacar a humanidade e divindade de Jesus Cristo. Eles diziam que se Jesus sofreu não era Deus; se fosse Deus não teria sofrido. Eles afirmavam a divindade de Cristo, mas não a sua humanidade.

Negar a humanidade de Cristo é um erro tão grave quanto negar a sua divindade. Não seria possível a mediação entre Deus e os homens se Jesus não fosse 100% Deus e 100% homem. Deus estava em Cristo reconciliando o mundo dos homens consigo mesmo (II Cor. 5.19). Negar a humanidade de Cristo é negar a base dessa reconciliação, porque foi o homem quem pecou, e só um homem poderia fazer essa reconciliação. Por isso o docetismo foi considerado pela Igreja uma heresia. 

Fp 2:6-11: "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas fez a si mesmo de nenhuma reputação, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai."

HERESIAS 6 – MODALISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No final do II século, início do III século surgiu o monarquianismo ou mais conhecido como modalismo. Monarquianismo Modalista teve a sua origem em Esmirna, na Ásia e foi para Roma por volta do ano 220 dC., por Noeto. Esta escola ensinava que Cristo era divino, contudo, considerava a "Trindade" como sendo três modalidades ou expressões de um ser divino único e não três pessoas distintas. Isto é, tanto o Pai quanto o Filho e o Espírito Santo é o mesmo Deus em momentos e formas diferentes. É um só Deus, uma só Pessoa que se manifestou em três formas distintas, e não três Pessoas distintas. Esta heresia até hoje tem ganhado adeptos no meio cristão e são chamados de Unicistas.

A teologia modalista ou unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é Jesus Cristo também, que se transformou no Espírito para viver com os homens após a sua ascensão. O modalista se baseia no texto de Deuteronômio 6, verso 4 que diz: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”. Toda a doutrina circula em torno desse texto, e que o Pai, o Filho e o Espírito são chamados de Senhor, e, portanto, ambos são apenas uma pessoa. Estes ensinamentos são o pilar da teologia modalista.

As Escrituras não se conformam com esta heresia. Em Salmos 110.1 diz: “Disse o Senhor (Pai) ao meu (Davi) Senhor (Filho): Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.” Em João 14:16-18 Jesus diz: "E EU (Jesus) rogarei ao PAI (Deus Pai), e ele vos dará OUTRO (não Jesus que fala) Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade (Espírito Santo), que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós". 

Jesus com esta fala derruba o argumento modalista ou unicista, e mostra claramente que há um só Deus, que são conhecidos em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo; e que os três são um: “Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra (Verbo, Jesus) e o Espírito Santo; e estes três são um” I João 5.7.

HERESIAS 7 – CATOLICISMO ROMANO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No IV século, mais precisamente no ano 313, surgiu o catolicismo romano por Constantino e Licínio, imperadores da época, que assinaram o Édito de Milão no qual se concedia a todos os cristãos, até então marginalizados e perseguidos, a liberdade de culto e restituíam os bens à Igreja. Este Édito determinava que o Império Romano se tornaria neutro em relação ao credo religioso. Através desses imperadores a Igreja Católica Apostólica Romana foi fundada em um momento em que o Império Romano estava se desfazendo, e a nova religião poderia uni-lo novamente.

Além da liberdade religiosa, a aplicação do Édito fez devolver os lugares de culto e as propriedades que tinham sido confiscadas aos cristãos e vendidas sem pagamento de qualquer indenização e sem qualquer fraude. Também deu ao cristianismo, e a todas as outras religiões, o estatuto de legitimidade, comparável com o paganismo e com efeito destituiu o paganismo como religião oficial do Império Romano e dos seus exércitos. 

Antes da emissão do Édito de Milão, Galério, em 30 de abril de 311, promulgou o Édito de Tolerância, também chamado de Decreto da Indulgência, no qual, buscando harmonia política, reconhece o cristianismo e dá fim à perseguição anticristã.  No mesmo século, no ano de 384 em função do Édito de Tessalônica, de Teodósio Magno, o cristianismo se torna a religião oficial do Império Romano. Nasce aqui a Igreja oficializada e controlada pelo estado, a chamada Igreja Católica Apostólica Romana.

Apesar de todas essas “liberdades” dadas aos cristãos, eles só poderiam à partir daí se reunirem através dessa Igreja oficial, considerando hereges todos aqueles que se contrapunham a ela, como também estariam debaixo de um poder central: o de Roma.

Gl 5:1; I Co. 7.23: "Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão... Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens."

 

HERESIAS 8 – ORIGENISMO

O origenismo surgiu no início do III século por Orígenes, um prolífico escritor cristão, de grande erudição, ligado à Escola Catequética de Alexandria, no período pré-niceno. Orígenes se inspirava no platonismo e em uma de suas teses, ele usava a palavra grega psique (alma) de psycos (frio) e admitia que as almas humanas unidas a matéria, tais como elas atualmente se acham são produto de um resfriamento do fervor de espíritos que Deus criou, sendo todos iguais e destinados a viver fora de um corpo material; a encarnação das almas, portanto, e a criação do mundo material seriam por causa de um abuso da liberdade ou um pecado dos espíritos primordiais, que Deus teria punido, ligando tais espíritos a matéria.

Orígenes quando admitiu como possível a pré-existência das almas humanas, não necessariamente se referia a reencarnação; apenas queria dizer que antes de se unir ao corpo, a alma humana viveu algum tempo fora da matéria; que somente encarnou-se depois. Isto não significa que se deva encarnar mais de uma vez o que seria a reencarnação propriamente dita. Mas a heresia surgiu quando não só afirmaram a eternidade e a preexistência das almas humanas, como também que uma dessas almas teria sido a de Jesus Cristo, em quem a Palavra de Deus se encarnava, para obter a salvação dos homens.

Orígines propunha essas ideias como hipóteses; hipóteses sobre os quais a igreja não se tinha pronunciado. Não havia, pois, da parte de Orígenes a intenção de se afastar do ensinamento da igreja a fim de constituir uma escola teológica própria ou uma heresia. A desgraça de Orígenes, porém, foi ter tido muitos discípulos e admiradores. Estes atribuíram o valor dogmático as proposições do mestre, mesmo depois que o magistério da igreja declarou contrária aos ensinamentos da fé. Contudo os discípulos de Orígenes professaram como verdade de fé não somente a preexistência das almas, como também a reencarnação delas.

As Escrituras nos ensinam claramente que tanto a alma, como o corpo e o espírito do homem são gerados na concepção, por uma semente corruptível: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” Romanos 5.12. Jesus não é uma alma humana preexistente que se encarnou, mas o Verbo eterno, o Deus eterno que se fez carne: “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamarão seu nome Emanuel, que traduzido é: Deus conosco” Mateus 1.23.

HERESIAS 9 – ARIANISMO

No início do IV século, por volta de 319 D.C., surgiu o arianismo através de um presbítero cristão de Alexandria chamado Ário, que estudou com Luciano de Antioquia, que, por sua vez, fora influenciado por Paulo de Samósata, que foi acusado de ser um adepto do adocionismo (monarquianismo ou modalismo); ele começou a propagar que só existia um Deus verdadeiro, o "Pai Eterno", princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes do tempo como um instrumento para a criação, pois a divindade transcendente não poderia entrar em contato com a matéria. O arianismo nada mais é que uma vertente do gnosticismo. 

Diante disso, Cristo, era inferior e limitado, e não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o Pai e os homens. Ário afirmava ainda que o Filho era diferente do Pai em substância. Essa ideia ligava-se ainda ao antigo culto dos heróis gregos, dentre os quais para ele Cristo sobressaía como o maior, embora apenas possuísse uma divindade em sentido impróprio. O arianismo era uma visão cristológica antitrinitária, que negava a consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, que os igualasse.

Jesus seria uma criatura subordinada a Deus Pai, sendo Ele (Jesus) não o próprio Deus em si e por si mesmo. Segundo Ário, só existe um Deus e Jesus é seu filho e não o próprio Deus. Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em si mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revelá-lo, visto que Ele não pode revelar-se a si mesmo. Esta é uma heresia que não é sustentada pelas Escrituras.

Essas heresias de tempo em tempo retornam à Igreja com o propósito de espalhar as ovelhas. Mas graças ao Espírito Santo, inspirador das Escrituras e que conhece a Deus, nos traz através dela o conhecimento até das Suas profundezas (I Coríntios 2.10). Deus deseja ser conhecido, e é através de Seu Filho Jesus que Ele se revela a nós: “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse é quem o revelou”. 

 

HERESIAS 10 – CONCÍLIO DE NICÉIA

Por causa dos ataques constantes, principalmente do gnosticismo nos primórdios da Igreja, depois com o docetismo, o modalismo, o origenismo, e em seguida o arianismo foi realizado o primeiro concílio chamado Concílio de Nicéia. Através do Imperador Constantino a Igreja Católica Apostólica Romana foi fundada em um momento em que o Império Romano estava se desfazendo, por volta de 325 d.C., e a nova religião poderia uni-lo novamente. Constantino convocou então o Primeiro Concílio na cidade de Nicéia, para que assim todas as vertentes do cristianismo pudessem ser unificadas e transformadas em uma religião de Estado.

A questão que culminou em Nicéia surgiu de uma tensão não resolvida dentro do legado teológico de Orígenes de Alexandria, no tocante ao relacionamento entre o Filho e o Pai. De um lado, havia a atribuição de divindade ao Filho num relacionamento com o Pai, descrito como geração eterna. Do outro lado, havia uma subordinação evidente. Quase de modo apropriado, a disputa irrompeu em Alexandria, no ano 318 D.C., sendo que Ário, um presbítero popular da região eclesiástica de Baucalis, desenvolveu a linha de pensamento posterior do origenismo contra o bispo Alexandre, que propunha a primeira das duas linhas de pensamento acima. Depois de o enviado pessoal de Constantino, Hósio de Córdoba, ter fracassado na sua tentativa de reconciliação das duas partes em Alexandria, o imperador resolveu convocar um concílio.

Na verdade, este Concílio foi ecumênico, porque a Igreja Romana estava no início da sua oficialização. Mesmo assim a importância desse I Concilio é até hoje de um valor imprescindível e inestimável para a cristandade em geral. Diante de todas as controvérsias, e heresias que atacavam a humanidade e divindade de Jesus Cristo, da “Trindade” e suas três Pessoas, o ponto mais importante que ficou decidido e restabelecido neste Concílio foi que: Jesus é 'Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial (de uma única substância, essência e natureza) ao Pai'.

É isso que nos ensinam toda a Escritura. João no capítulo 1, nos versos 1 e 3 diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus… Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez". Paulo em Colossenses 1, nos versos 15 a 17 diz: “Ele (Jesus) é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”

HERESIAS 11 – APOLINARIANISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios".

Apolinarianismo surgiu no IV século, por um ponto de vista proposto por Apolinário de Laodiceia (310-390), quem tentou criar um modo de explicar a natureza de Jesus, sua humanidade e divindade, segundo o qual Jesus Cristo teria um corpo humano, porém dotado de uma mente exclusivamente divina. 

Apolinário era um ferrenho opositor do arianismo (modalismo, unicismo). Porém, em sua ânsia em enfatizar a divindade de Jesus e a unidade de sua pessoa às outras duas Pessoas da divindade, o levou a negar a existência de uma alma humana racional na natureza humana de Cristo, sendo esta substituída nele pelo Logos (Verbo), de forma que seu corpo seria então uma forma espiritualizada e glorificada de humanidade. 

O apolinariarismo foi qualificado como heresia, em 381, pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, que definiu a posição ortodoxa de que Cristo seria totalmente homem e totalmente Deus.

Apesar desses primeiros concílios serem ecumênicos, o Senhor usou neste princípio vários homens sérios nas Escrituras que puderam guardar esses principais pontos fundamentais da fé cristã em sua pureza. Sabemos que o catolicismo romano foi tomando forma desde então até culminar na Reforma, naquelas 95 teses de Martin Lutero.

Jesus totalmente homem e totalmente Deus é o grande mistério da piedade: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” I Timóteo 3.16.

HERESIAS 12 – MACEDONIANISMO OU PNEUMATOMAQUISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios,"

Outra heresia que surgiu no IV século entre os macedônios foi a negação da Pessoa do Espírito Santo como a terceira pessoa da divindade, e que ele era uma criatura do Filho e servente do Pai e do Filho chamada de macedonianismo ou pneumatomaquismo. 

Para resolver esse e outros problemas no meio cristão foi convocado em maio de 381 pelo Imperador Teodósio um concílio na cidade de Constantinopla para proporcionar uma sucessão católica (universal) para a Sé Patriarcal de Constantinopla, confirmar o Credo de Nicéia, reconciliar os semi-arianos com a Igreja e acabar com a heresia macedoniana.

Este concílio também foi ecumênico e ficou decidido e restabelecido que: 'O Espírito Santo é Senhor, como o Pai e o Filho, e fonte de vida, que procede do Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele é Deus que falou pelos profetas’.

O Espírito é o Espírito Santo, o Espírito de Deus, o Espírito de Cristo; que desde a eternidade vive em perfeita união e unidade ao Deus Trino trazendo aos homens o elo de comunhão eterna entre a graça de Jesus Cristo, e o amor do Pai: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele... A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” Rom. 8.9; II Cor. 13.13.

HERESIAS 13 – PELAGIANISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No V século surgiu Pelágio e sua doutrina. Chamado de Pelágio da Bretanha foi um monge ascético, nascido provavelmente na Britânia. Estabeleceu-se em Roma por volta de 405, depois viajou para África do Norte, continuou a viagem até a Palestina e escreveu dois livros sobre o pecado, o livre-arbítrio e a graça: Da natureza e Do livre-arbítrio.

Suas opiniões foram criticadas violentamente por Agostinho e seu amigo Jerônimo, tradutor e comentarista bíblico, que morava em Belém na Palestina. Foi inocentado das acusações sobre heresia pelo Sínodo de Dióspolis na Palestina em 415, mas condenado como herege pelo bispo de Roma em 417 e 418, e pelo Primeiro Concílio de Éfeso em 431.

O pelagianismo negava a corrupção da natureza humana a partir do pecado de Adão e porque, assim, ao tomar o homem como plenamente capaz de alcançar a salvação e a perfeição por suas próprias forças, acabava por desprezar a graça de Cristo e negá-la como única. Dizia que o homem não nascia pecador, mas se tornava pecador com o passar dos anos. Agostinho de Hipona combateu pelas Escrituras esta heresia dizendo: que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Que a salvação é obra da graça de Deus, e ela só pode ser obtida pela fé em Jesus Cristo.

A Palavra de Deus nos confirma isso quando diz: Rm 5:12: "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram"... Tt 2:11: "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens,"... Ef 2:8-9: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;" 

HERESIAS 14 - NESTORIANISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios,"

No V Século surgiu outra heresia chamada nestorianismo. O fundador dessa heresia foi

Nestório, o arcebispo de Constantinopla que viveu na primeira metade do século V. Segundo Nestório, Jesus não é apenas um Deus-homem com duas naturezas: o Divino e o humano, mas também contém duas personalidades: uma nascida humana por Maria e a divina, nascida de Deus além de todos os tempos. Quando Jesus Cristo veio ao mundo, não foi a Encarnação da Palavra de Deus que assumiu a natureza humana: foi uma união entre Deus como uma pessoa e o homem como outra pessoa no corpo de Jesus Cristo durante o seu batismo. Uma negação de que Jesus é Deus, uma única Pessoa, o Filho de Deus encarnado.

Nestório desenvolveu a sua cristologia como uma tentativa dedutiva e emocional de explicar e entender a encarnação do divino Logos, a segunda pessoa da Trindade, no homem Jesus Cristo. Ele e outros teólogos da escola já vinham há muito tempo ensinando uma interpretação literal da Bíblia e enfatizavam a diferença entre as naturezas humana e divina de Jesus. Nestório levou consigo estas crenças quando foi apontado Patriarca de Constantinopla pelo imperador Teodósio II em 438 D.C.

Em 431 D.C. o imperador Teodósio convocou o Concílio de Éfeso, e Nestório foi declarado herege, e foi deposto. Neste Concílio ficou decidido e restabelecido que: 'Cristo é uma só pessoa e que continha duas naturezas. Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, Verbo encarnado que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação.' 100% Deus, e 100% homem; o mistério da piedade.

1Tm 2.5: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem."

HERESIAS 15 - MONOFISISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No V século surgiu outra heresia chamada monofisismo, mas que tinha raízes do gnosticismo e arianismo. O monofisismo nasceu na "Escola Teológica de Alexandria" o arquimandrita Eutíquio, um monge de Constantinopla, no ano 460 D.C. (um movimento e não um local), que começou a sua análise cristológica com o (divino) Filho eterno ou Verbo de Deus e procurou explicar como este Verbo Divino se encarnou como um homem. Pelo caminho contrário, a Escola de Antioquia (onde nasceu o nestorianismo, a antítese do monofisismo) partiu de Jesus (humano) dos evangelhos e tentou explicar como este homem se uniu com o Verbo Divino na Encarnação de Jesus. 

Ambos os lados, é claro, concordavam que Jesus era divino e humano, mas os alexandrinos enfatizavam a divindade (incluindo o fato de a natureza divina ser "impassível", ou seja, imune ao sofrimento) enquanto os antioquenos enfatizavam a humanidade (incluindo o conhecimento limitado e a "sabedoria crescente" de Cristo nos evangelhos). O monofisismo é contraposto pelo diofisismo, que defende que Jesus preservou em si as duas naturezas.

Os monifisistas defendiam que Jesus Cristo, que é idêntico ao Filho (Logos) é uma pessoa e uma hipóstase (substância) em uma natureza: divina. Eutíquio dizia que as naturezas humana e divina de Cristo foram fundidas em uma nova natureza única (mono): sua natureza humana teria "se dissolvido como uma gota de mel no oceano", isto é, na natureza divina. 

Essa heresia nega que Jesus Cristo fosse plenamente humano e, portanto, torna impossível a santificação e a theosis de nossa natureza, que deve ser idêntica à natureza humana de Cristo. Mais uma heresia atacando a humanidade e divindade de Cristo. Se ele não era humano então não se identificou conosco na cruz, e não seremos jamais identificados com Ele como varão, homem perfeito. 

No ano 451 D.C. foi convocado outro concílio, o Concílio de Calcedônia para contrapor essas heresias, e ficou decidido que: há um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou.

HERESIAS 16 – PAPISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Apesar da Igreja Romana declarar que o primeiro papa foi o apóstolo Pedro, o primeiro papa da Igreja Católica Apostólica Romana, após a oficialização realizada por Constantino em 313 é Dâmaso I, que esteve à frente do pontificado da igreja de 1 de Outubro de 366 até a data da sua morte 11 de dezembro de 384. Nasceu na Província da Lusitânia, Império Romano, hoje Portugal, por isso é chamado o primeiro papa português.

O seu papado iniciou-se com a ascensão do imperador Teodósio I e a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano. Ele teve que batalhar sangrentamente por 2 anos para assegurar o seu papado. Foi acusado de assassino, mas absolvido pelo Estado e confirmado o seu papado. Com isso Dâmaso I ajustou as relações entre a justiça civil e a eclesiástica. O Estado então se uniu a Igreja em relação a fé e moral, e a Igreja, tal como o Estado se encarregou de executar as sentenças determinadas pelo tribunal episcopal tornando o papa alguém com o mesmo poder de um imperador.

Os imperadores romanos, inclusive Constantino, com exceção do Imperador Graciano passaram a chamá-los de pontífice máximo. Dâmaso I foi o primeiro papa a usar com desenvoltura o Anel de Pescador, com o símbolo do apóstolo Pedro passado de papa a papa após a morte do seu antecessor. Este anel não existe mais, mas sua tradição continua até hoje. Desde então todo o que se dizia cristão e não se sujeitava ao papado era um inimigo do Estado também.

O papa é considerado pela Igreja Romana como o representante de Jesus Cristo na terra, mas sabemos que esta atribuição o Senhor deu somente ao Espírito Santo através da Sua Igreja. Ele é o Cabeça do Corpo da Igreja, e continua até hoje sendo o Cabeça. Ninguém pessoalmente representa Jesus na terra, mas Ele mesmo se apresenta através do Seu Corpo, a Igreja: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade... e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus” Colossenses 2.8-9, 19.

HERESIAS 17 - ISLAMISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século VII surgiu o Islamismo. Mais ou menos ¼, ou 25% da população mundial de 7,7 bilhões de pessoas é cristã, da qual 60% são católicos romanos, e 40% divididas em mais de 10.000 denominações. Já o islã chega hoje a quase 20% da população mundial, ou seja, é a maior religião unificada do mundo. O islamismo também é a religião que mais cresce no mundo. 

Interessante é que o islamismo é o que mais se “assemelha” ao credo judaico-cristão. Eles possuem um livro chamado Alcorão, um profeta central chamado Maomé, um Messias chamado Mahdi, e creem num profeta judeu chamado Jesus filho de Maria. O Alcorão não fala da volta de Maomé, mas da volta do profeta Jesus chamado Isa al-Masih, filho de Maria que retornará e ensinará o islamismo ao mundo.  

De acordo com o Islã, Jesus não é quem a Bíblia diz que ele é, Deus em carne. Na crença islâmica Jesus nunca morreu na cruz pelos pecados da humanidade. O Corão ou Alcorão especificamente nega que Jesus foi crucificado ou que Ele experimentou a morte. Muçulmanos acreditam que após Alá (Deus) milagrosamente ter libertado Jesus da morte, ele subiu ao céu vivo da mesma forma que a narrativa bíblica sobre Elias. Desde então, creem que Jesus permaneceu com Alá e está esperando a sua oportunidade para retornar à Terra para terminar seu ministério e completar a sua vida terrena. E quando voltar retornará como um muçulmano para ensinar que o islamismo é a única religião verdadeira.

Isso nos faz lembrar de Apocalipse 13 onde o Espírito nos fala de um falso Messias, um falso profeta e uma falsa religião mundial. Também nos faz lembrar das palavras de Jesus que viria um falso Cristo e enganaria a muitos. Somente um falso Cristo poderia fazer cristãos apostatar da fé e dar ouvidos a espíritos enganadores: "Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos." Mt 24:23-24.

HERESIAS 18 – INFALIBILIDADE PAPAL

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XI foi estabelecido entre os cristãos a infalibilidade papal. Temos que lembrar que nesta época os cristãos, com raras exceções, eram católicos apostólicos romanos. Aqueles que não seguiam o romanismo eram perseguidos e mortos no fogo da inquisição.

Infalibilidade Papal é o dogma católico que afirma que o papa está sempre correto em suas deliberações, porque ele é o representante de Jesus na terra. Especificamente no século XI, foi

publicada uma obra reunindo axiomas e proposições que tratavam da autoridade, competência e poder dos papas. A obra chamava-se Dictatus Papae e, resumidamente, afirmava que os papas tinham poder sobre os assuntos de âmbito temporal e espiritual. Uma das proposições, inclusive, afirmava que um papa nunca errou e nunca errará, excluindo assim a Pessoa e obra do Espírito Santo, o único paracletos (ensinador e infalível) estabelecido por Jesus, e pelo qual temos acesso a Deus diretamente.

Jo 16:13-15: "Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.

Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar."

HERESIAS 19 – A INQUISIÇÃO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XIII, onde a religião predominante no mundo era o catolicismo romano surgiu a

Inquisição. Ela era um tribunal eclesiástico com o intuito de investigar, julgar e combater a "heresia", ou seja, qualquer linha de pensamento contrária aos dogmas da Igreja Romana na época. Os pretensos hereges e feiticeiros, acusados de crimes contra a fé católica, chamada Santo Ofício, uma vez condenados eram enviados ao Estado, para serem sentenciados.

Como vimos anteriormente a Igreja Romana se fundiu ao Estado tendo o mesmo status. Chamada também de Santa Inquisição, a maioria dos considerados hereges eram queimados em fogueiras em praças públicas. Muitos cristãos verdadeiros, que não se dobravam ao jugo do catolicismo foram mortos por este tribunal. Ele perdurou até o século XIX. Um tempo muito sombrio para os santos e fiéis em Jesus Cristo.

"Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições; pois por um lado fostes feitos espetáculo tanto por vitupérios como por tribulações, e por outro vos tornastes companheiros dos que assim foram tratados. Pois não só vos compadecestes dos que estavam nas prisões, mas também com gozo aceitastes a espoliação dos vossos bens, sabendo que vós tendes uma possessão melhor e permanente” Hb 10:32-34.

HERESIAS 20 - HIPERCALVINISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XVI surgiu o hipercalvinismo. João Calvino foi um dos principais reformadores juntamente com Martin Lutero. Enquanto Lutero atuava na Alemanha, Calvino tinha seu reduto na França. Calvino foi um grande influenciador não só na cristandade, mas também na vida social, política e até mesmo no sistema econômico de diversos países. 

O Hipercalvinismo surgiu após a morte de Calvino em 1564, e é uma vertente da teologia Calvinista trazida principalmente pelos seus seguidores mais extremados, segundo a qual Deus predestinou tudo, em sentido absoluto, inclusive o mal. 

Eles se baseiam em 5 pontos principais: Total Depravação do homem, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível, Perseverança garantida. Embora geralmente seja considerado como uma variante do Calvinismo, seus críticos apontam diferenças significativas entre as crenças hipercalvinistas e o calvinismo tradicional. 

Os hipercalvinistas veem somente o lado soberano de Deus e ignoram a responsabilidade do homem. Também editam as Escrituras usando somente textos que defendem a sua doutrina. Como resultado excluem o evangelismo e o apascentamento, já que tudo está determinado e findado por Deus no seu propósito soberano para cada pessoa. Negando assim a salvação universal, o reino, os galardões, o prejuízo, o tribunal de Cristo, os vencedores, e muitas outras coisas.

Jo 1:12, 12:32: "Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;.. E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim." Is 1:19-20: "Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra; mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse."

HERESIAS 21 - ARMINIANISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No início do século XVII surgiu o arminianismo. Para contrapor o hipercalvinismo que crescia muito na Holanda, no final do século XVI surgiu Jacó Armínio, um grande estudioso das Escrituras, e que defendia principalmente a graça resistível através do livre arbítrio do homem, a salvação universal e a responsabilidade do homem. 

Armínio encontrou muita resistência na época porque o ensino que imperava era a doutrina reformada. A grande controvérsia aconteceu quando ele ensinava Romanos. Primeiramente o capítulo 7 quando dizia que o Espírito Santo convencia um homem mesmo estando no pecado. No estudo de Romanos se concentrou no tema principal do apóstolo Paulo da justificação pela fé em contradição com as obras ao invés de focar na soberania e decretos eternos de Deus. Com isso levantou grande oposição dos principais professores que seguiam a doutrina calvinista. Armínio não se opunha as doutrinas de Calvino, mas procurou fazer com que os hipercalvinistas vissem o outro lado, a da responsabilidade do homem.

O problema maior não surgiu com Armínio, mas por seus seguidores, como também aconteceu com Calvino. A partir daqui se inicia umas das maiores divisões entre os cristãos que perdura até hoje, os calvinistas e os arminianos. Quando a mente humana não compreende os pensamentos e os caminhos de Deus, que são muito mais altos do que os nossos, normalmente causam esses extremos. A Escritura mostra que Deus é 100% soberano, e o homem é 100% responsável. Se olharmos somente para um lado vamos nos extremar, criar confusão e principalmente causar divisão. Não podemos ir além daquilo que está escrito; as Escrituras não é de particular interpretação.

Não somos seguidores de homens, e muito menos de doutrinas, mas de Jesus Cristo: Rom 11:34-35; 14:10-12; I Cor. 4:1: "Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?.. Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus... Ora, irmãos, estas coisas eu as apliquei figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, de modo que nenhum de vós se ensoberbeça a favor de um contra outro”

HERESIAS 22 – ILUMINISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No final do século XVII surgiu o Iluminismo. O iluminismo veio através de John Locke, considerado o pai desse movimento filosófico que aconteceu entre os séculos XVII e XVIII na Europa, em especial na França que tinha o propósito de romper com o teocentrismo - doutrina que coloca Deus no centro de tudo - e passou a ver o homem como o centro do conhecimento. 

De uma certa forma nasce com este movimento o humanismo que coloca o homem no centro de tudo e não Deus. Este movimento valorizava o homem, a sua condição e prazer acima de tudo. O homem como o centro do universo e não Deus. O iluminismo tinha um lema:

liberdade, igualdade e fraternidade. Sabemos que no homem pecador isto é impossível de alcançar sem a graça de Deus através de Jesus Cristo. Na verdade, o humanismo existe desde o Éden. Ela é a doutrina principal de Satanás: cogitar das coisas que são dos homens e não nas das coisas que são de Deus.

O iluminismo, também chamado de século das luzes, colocava a razão acima da fé, e que somente através dela a humanidade podia progredir. Dentre os principais iluministas estavam Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Voltaire combatia a inflexibilidade religiosa; um crítico ferrenho dos judeus e cristãos.  Montesquieu defendia o poder do povo dividida em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Rousseau foi relativamente receptivo ao cristianismo, mas defendia um gradual abandono, das formas tradicionais de estruturação social baseadas nas Escrituras. O homem sujeito ao homem e às suas próprias leis, não a fé, as Escrituras e a Deus.

Tanto a liberdade, como a igualdade, a luz e todas as coisas só podemos encontrar em Jesus Cristo: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida... O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” João 8:12, 3.19. Também há um grande mal, quando um homem domina sobre outro homem, e isto para o seu próprio dano (Ecl. 8.9).

HERESIAS 23 – MAÇONARIA

"Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XVII surge a maçonaria como uma sociedade livre. Maçom era o nome dado aos pedreiros em francês. A organização surgiu no século XIV na Idade Média, época de grandes construções onde os castelos e catedrais eram feitos com pedras. A maçonaria surgiu como uma espécie de protótipo dos sindicatos, com o objetivo principal de defender os interesses econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados. A maçonaria à princípio era uma associação de pedreiros.

No final da Idade Média a maçonaria passou a admitir outros membros, além de pedreiros, tais como: alfaiates, sapateiros e ferreiros. Mais tarde no século XVII transformou-se, assim, em uma fraternidade dedicada à liberdade de pensamento e expressão, religiosa ou política, e contra qualquer tipo de discriminação de raça, religião, ideário político ou posição social. Suas únicas exigências era que os seus candidatos possuíssem um espírito filantrópico e de buscar sempre a perfeição. 

Desde então, a maçonaria se tornou um movimento principalmente para aconchegar entre si as várias ramificações cristãs, isto é, a aproximação do cristianismo com outras religiões, na tentativa de unir todas as forças vivas do mundo para uma luta mais decisiva em prol da liberdade, da paz mundial, da fraternidade e da justiça social. Mais tarde, no século XIX ela foi constituída como uma sociedade secreta vinculada às ideias do laicismo (estado laico) e do iluminismo. Nasce aqui também o Ecumenismo. 

O homem sempre procurando encontrar um meio de viver harmoniosamente sem uma verdadeira experiência com Jesus Cristo. Esses são os caminhos de Caim e da sua descendência, que saindo da presença do Senhor proveu para si segurança, bens e alegria. São coisas que tem aparência de piedade, mas que tem o propósito de negar o poder de Deus.

Cl 2:8-9: "Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo

Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade..."

HERESIAS 24 – LIBERALISMO TEOLÓGICO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XVIII surgiu o liberalismo teológico. Segundo a teologia liberal o cristianismo seria uma religião entre tantas outras, e que Deus se revelava em todas, isto é, não importa qual religião você esteja todos poderão encontrar e servir o mesmo Deus. Surge aqui a teoria de que todos os caminhos levam a Deus, e que a única diferença entre eles são as circunstâncias desse encontro.

Eles também afirmavam que aquilo que não se podia provar historicamente era apenas teologia daquela Igreja. Os liberais afirmam que as Escrituras não é, mas contém a Palavra de Deus. Os liberais não creem na autoridade das Escrituras, nos milagres bíblicos, e dizem que a ressurreição de Jesus foi uma invenção dos discípulos pegando o Jesus da história e o transformando no Cristo da fé. 

Também afirmavam que a superação do pecado e a entrada no Reino de Deus se dava pela prática da caridade e da comunhão entre as pessoas, não pela fé em Cristo. Em suma, o liberalismo teológico só crê naquilo que é histórico e o que tenha provas cabais, e que Deus é o criador e Pai de todos.

O inimigo está sempre tentando contra o Senhor e a Sua Palavra. Satanás ou deprecia ou potencializa a Palavra de Deus. Ou ele acrescenta, ou tira partes do que Deus disse, e isto desde o Jardim do Éden. Por isso o apóstolo Paulo nos diz: "Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” II Cor. 11.2-3.

HERESIAS 25 - DARWINISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XIX surgiu o darwinismo, a teoria da evolução de Charles Darwin. Darwin negava o criacionismo que dizia que todas as coisas foram criadas por Deus. Em sua teoria dizia que é o ambiente, por meio de seleção natural, que determina a importância da característica do indivíduo ou de suas variações, e os organismos mais bem adaptados a esse ambiente têm maiores chances de sobrevivência, deixando um número maior de descendentes. 

Darwin dizia também que todos os seres vivos vêm de uma evolução da raça e todos têm um ancestral em comum que passou por pequenas mudanças e mutações, e que portanto, o homem derivava de seres unicelulares, possivelmente vinda de outros planetas (Panspermia), ou a formação das primeiras moléculas por uma reação química (Evolução Química). 

Atribuísse a Darwin e a sua teoria da evolução que o homem descende do macaco, mas na verdade Darwin nunca afirmou isso. Ele dizia apenas que o homem tinha um ancestral comum com os macacos, mas que ambos vieram de um determinado ser vivo, e por causa de diferentes evoluções eles se ramificaram entre os macacos e os seres humanos.

Em sua autobiografia ele faz questão de dissociar a sua crença agnóstica ao cristianismo. O agnosticismo para Darwin é a descrição mais correta para o seu estado de espírito. Há relatos que no leito de morte ele se arrependeu de seu agnosticismo e da sua teoria, mas há controvérsias. Seu filho, Francis Darwin relatou que seu pai permaneceu com esta visão até a sua morte.

Essa teoria que iniciou por Darwin ataca a divindade, a centralidade de Deus e de Jesus Cristo para quem, e por quem tudo foi criado: “Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele." Colossenses 1.16.

HERESIAS 26 – AGNOSTICISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

O agnosticismo surgiu no final do século XIX através de Thomas Huxley, um biólogo britânico mais conhecido como “O Buldogue de Darwin”, por ser o principal defensor público da teoria de Darwin. Ele foi o que primeiro a usar este termo ‘agnóstico’ num encontro da Sociedade Metafísica em Londres.

Thomas Huxley dizia ser agnóstico porque ninguém jamais teria a capacidade de descobrir como surgiu o universo, e qual o propósito dele existir. Ele não queria propor um novo modelo de credo, mas uma ideia filosófica que servia para defender que nenhum ser humano tinha fundamentos racionais para validar qualquer crença. 

O agnóstico na verdade não nega e nem afirma a existência de Deus. Ele apenas diz que caso exista, ele é um ser desconhecido, e é impossível ao homem chegar a tal conhecimento. Do agnosticismo surgiu o ateísmo, a total descrença em um ser superior ou criador. O agnosticismo se contrapõe completamente a qualquer sistema religioso, e que coisas relativas a demônios, anjos ou a existência de Deus não podem ser explicadas e comprovadas.

Como disse nosso irmão Paulo, que o Senhor nos livre desses homens perversos e maus, porque a fé não é de todos: “Finalmente, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague e seja glorificada, como também está acontecendo entre vós; e para que sejamos livres dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos” II Tess. 3:1-2.

HERESIAS 27 - ANTINOMIANISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Apesar de iniciar no século XVI após a reforma protestante, no século XIX surgiu o antinomianismo moderno. O antinomianismo é a doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura. O antinomianismo se transformou e se extremou a partir do século XIX levando a graça de Deus a uma coisa licenciosa, excluindo totalmente a responsabilidade do homem, e a obediência aos mandamentos de Cristo. 

Baseados na obra consumada de Cristo o cristão já é possuidor de tudo, excluindo completamente a necessidade de obras, de crescimento espiritual, de diligência, de esforço, de desenvolvimento da salvação e perseverança. Os antinomianos não creem no galardão e prejuízo, no tribunal de Cristo, no reino, nos vencedores; e tratam a santificação como obra exclusiva de Deus, sem a participação humana, estando já predestinados à perfeição.

Os antinomianos são em sua maioria hipercalvinistas, e afirmam que uma vez que você “aceitou” a Cristo tem tudo, e não necessita de mais nada. A graça e a eleição em Cristo te levarão a eternidade independente da forma que se viva a vida cristã. Na maioria consideram o batismo uma prática ultrapassada por pertencer a João Batista, e que a ceia é comer a comida normal e juntos estar compartilhando de Cristo.  

Mas as Escrituras nos diz:  "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente... Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor... Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." Tito 2.11-12; Fil. 2.12; II Cor. 5.10.

HERESIAS 28 - EXCLUSIVISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Principalmente no século XIX surgiu o exclusivismo. Exclusivismo é a doutrina ou crença de que apenas um determinado sistema de religião, igreja ou crença particular é a verdadeira. Na sua forma normativa é simplesmente a crença que a sua religião ou o seu dogma é o verdadeiro, e todo o restante é um engano, uma mentira.

Após a reforma protestante de Martin Lutero o cristianismo começou a se dividir, primeiramente nos luteranos na Alemanha. Depois o rei Henrique VIII da Inglaterra criou a Igreja Ortodoxa, uma vertente da Igreja Católica, depois os calvinistas e os arminianos. No século XVIII da Igreja Ortodoxa surgiram os metodistas de John Wesley. Entre os ditos protestantes vieram os puritanos, os irmãos unidos, os anabatistas, os presbiterianos, os morávios, os adventistas, mas o exclusivismo se agravou mesmo no século XX quando surgiu o movimento pentecostal.

Muito interessante é que muitos dos nomes de instituições que encontramos hoje foram denominados pelos perseguidores dos verdadeiros cristãos. Os batistas vieram do apelido que os adversários dos anabatistas puseram neles, por não batizarem crianças. Os presbiterianos também, porque as Igrejas criam que não era necessário um sacerdote, um padre ou bispo como os católicos romanos, apenas os presbíteros para cuidar do povo. Assim como os metodistas e luteranos. Martin Lutero jamais admitiria denominar a Igreja como sendo sua, uma Igreja de Lutero! Hoje são mais de 30.000 denominações evangélicas no mundo fruto desse exclusivismo.

Ef 4:4-6: "Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós."

HERESIAS 29 - LEGALISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No final do século XIX com o crescimento do exclusivismo, da divisão e das denominações surgiu um movimento legalista, e de usos e costumes. Também chamado de farisaísmo moderno ou conservadorismo, este movimento nasceu para contrapor a salvação apenas pela graça e a fé. 

Os conservadores religiosos creem que para serem salvos e aceitos diante de Deus precisam além da fé guardar certos mandamentos mosaicos tais como o sábado, não comer certos alimentos considerados imundos pela lei; usarem roupas correspondente ao sexo: homens calças ou ternos e mulheres vestidos. Os homens não terem cabelo comprido, e as mulheres não cortarem o cabelo, pintarem unhas ou usar maquiagens, joias, e não consumirem bebidas alcóolicas. Este movimento crê que a salvação se perde caso esses mandamentos e costumes não sejam guardados, e que a verdadeira santidade é mostrada também exteriormente, pela observância desses preceitos.

Infelizmente este farisaísmo ainda é muito forte hoje em um segmento da cristandade. Na grande maioria dos legalistas a salvação não é eterna, e que as doutrinas da sua igreja e a fé devem permanecer até o final. O legalista também acredita que uma vez que caiu em pecado, e se afastou da Igreja estará fadado ao inferno. Não importa qual o seu estado ele deve estar na Igreja, porque quando Jesus voltar levará a Igreja com todos que estão dentro.

Não importa o que os homens e Satanás inventam. No final o que nos julgará é a Palavra de Deus, e o que ficará é o que temos de Cristo: "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;.. no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho" Col. 2.8; Rom. 2.16.

HERESIAS 30 - ADVENTISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XIX surgiu o adventismo. Dentro do contexto do Segundo Grande Reavivamento dos Estados Unidos surgiram os adventistas que salientavam a crença na iminente segunda vinda de Jesus a esta terra. O movimento começou com William Miller, cujos seguidores ficaram conhecidos como Mileritas. Usando o texto do profeta Daniel (8:14), Miller acreditou que os cálculos precisos eram possíveis para estabelecer as datas das profecias bíblicas. Miller chegou à conclusão que Cristo Jesus voltaria à terra em 22 de Outubro de 1844, ou seja, no "Dia da Expiação" (Yom Kipur) do povo judeu. 

Cerca de 100 mil pessoas de diversas denominações foram convencidas por Miller para esperar a volta de Cristo nesta data. Muitos chegaram a subir em montes para aguardar a volta, mas tiveram um grande desapontamento causando contra eles grande zombaria e escárnio. Por outro lado, despertou no seio da Igreja o apreço pela volta do Senhor e o Apocalipse. Todos que até hoje colocaram data na volta do Senhor se frustraram, porque não será no nosso tempo Krónos (tempo cronológico), mas no Kairós, tempo de Deus.

Jesus disse que nem ele, nem os anjos sabem. Todos aguardam o Dia do Senhor, que pertence à Autoridade de Deus Pai: "Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai... Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo (cronológico) que restauras o reino a Israel? Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos (Krónos) ou as épocas (Kairós), que o Pai reservou à sua própria autoridade." Mc. 12.32; Atos 1.6-7.

HERESIAS 31 – TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XX surgiram muitas heresias. Como ervas daninhas, as heresias vêm e vão. Satanás não cessa de atacar a Igreja de Cristo. A questão é que elas voltam de maneiras diferentes, até mais sofisticadas. É o caso do arianismo moderno, que hoje chega até nós de modo escondido, e disfarçado, sob a forma de humanismo materialista, a chamada Teologia da Prosperidade.

Esta corrente doutrinária defende que todos os cristãos, independente de classe social foram chamados por Deus para prosperar em todas as áreas da sua vida. Todo sofrimento e limitações é visto como falta de conhecimento, fé ou proclamar, determinar vitória. Pobreza e enfermidades devem ser problemas do passado, da vida em pecado. Agora como filhos de Deus essas coisas não fazem mais parte dos planos de Deus, mas de levá-los à plena “benção” da prosperidade.

A Teologia da Prosperidade ensina que qualquer sofrimento do cristão indica falta de fé ou castigo de Deus por causa de algum pecado. Assim, a marca do cristão cheio de fé e bemsucedida é a plena saúde física, emocional e espiritual, além da prosperidade material. Sofrimentos, provações, enfermidades, e falta de prosperidade financeira são sinais de pecado, maldições presentes ou passadas, que caso haja devem ser quebradas.

Esta teologia também ensina a barganhar com Deus. Se Deus prometeu Ele é obrigado a cumprir; você só tem que tomar posse. Quanto mais você dizima ou oferta mais prospera. Toda a doutrina das igrejas que defendem esta teologia é voltada à prosperidade financeira e a cura de enfermos. 

Mas a Escriturass diz: "Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança; e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma... pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele," Tiago 1:2-4, Fil. 1:29.

HERESIAS 32 - CLERICALISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XX também foi introduzido no meio dos cristãos evangélicos o Clericalismo. Com o aumento das denominações no século XIX até o início do século XX o clericalismo começou a tomar forma nas Igrejas deixando que fosse introduzida a tradição católica romana de que a condução do povo e a interpretação das Escrituras não podiam ser feitas por qualquer leigo, mas por alguém que tivesse preparo e feito um seminário. Esta pessoa seria denominada não como Padre como a tradição católica romana, mas como Pastor.

Nasce também com o Clericalismo o profissional de púlpito, a função de pastor como título e uma profissão remunerada, dando a eles a autoridade de sacerdotes eliminando assim o sacerdócio de todos os santos. O Clericalismo fez com que a Igreja ficasse dividida em dois grupos de pessoas: os líderes, o clero considerado os espirituais, e o laicado, o restante do povo. Infelizmente mais de 90% do povo que se diz cristão evangélico hoje vive debaixo desse Clericalismo.

Jesus ensinou claramente que há um só mestre e cabeça da Igreja que é Ele. Todos os que se colocam em seu lugar são ladrões e salteadores: “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus. Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Mas o maior dentre vós será vosso servo... Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai... Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." Mat. 23:8-11; Mat. 10:8; I Pd. 2:9.

HERESIAS 33 – CARISMATISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No século XX, alguns anos após o surgimento do movimento pentecostal no princípio do século veio o carismatismo. O carismatismo dá ênfase à atuação específica de dons e revelações particulares dada a certos indivíduos mesmo por pessoas leigas. Visões místicas, fenômenos e espasmos sensoriais, visões e sonhos proféticos, unções especiais de poder. Crê-se no ministério e dons proféticos dados por Deus de forma corriqueira (uma distorção dos verdadeiros ministérios e dons do Espírito) com o propósito de entregar uma profecia, revelar algo para ou sobre alguém, prever o futuro. Um tipo de cartomancia travestida. 

A palavra “carismático” em si está correta, porque fala de alguém cheio do Espírito Santo, mas o carismatismo distorce e diz que toda pessoa cheia do Espírito tem por obrigação falar línguas estranha, fazer curas e operar milagres. O carismatismo é muito comum no meio evangélico pentecostal e neopentecostal. No princípio da Igreja, em Corínto já vemos essas distorções que o apóstolo Paulo teve que corrigir. Não podemos negar os dons espirituais, muito necessário para o crescimento da Igreja, mas o carismatismo dá mais ênfase ao Espírito Santo, seus dons e manifestações do que a Pessoa de Jesus Cristo e sua obra.

Outro desvio do carismatismo é com a imposição de mãos. Os carismáticos creem, baseados em Atos 8.17-19 que é possível transferir a unção do Espírito, a chamada transfusão. E para isso criaram muitos tipos de unções, tais como: Unção de Isaque, Unção do Riso, Unção da Galinha, Unção Apostólica, Unção do G12 e etc...  

A Escritura nos diz: "Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente... Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente" 1Co 12:11, 29-31.

HERESIAS 34 – NEOPENTECOSTALISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Em meados do século XX surgiu o neopentecostalismo, ou a expressão chamada Terceira Onda do Pentecostalismo. O neopentecostalismo é um movimento dentro do cristianismo que surgiu em meados dos anos 1970 e 1980, algumas décadas após o movimento pentecostal e carismático do início do século XX, ocorrido em 1906 e se pauta principalmente na teologia da prosperidade, na expulsão de demônios, curas divina, e poder dado a apenas alguns líderes com "unção" especial.

Outros ensinos muito comuns no neopentecostalismo são as batalhas espirituais, os confrontos diretos com demônios e expulsão deles nas reuniões das suas Igrejas e sua vida cotidiana, possessão dos crentes de demônios que causam enfermidades, adultérios, pecados e fracassos financeiros, quebra de maldições hereditárias, ordem a anjos da guarda, unção com óleo sagrado, beber copo de água ungida, e vários outros sincretismos.   

Algumas delas são mega igrejas que manipulam multidões usando a prática do evangelismo midiático massivo, e a maior parte delas utilizam, ou até mesmo possuem, canais de TV, rádios, jornais, editoras, literaturas próprias e portais ou sites na internet. Também incluem em suas fileiras a venda de franchising de sua placa denominacional, líder religioso e métodos.

Mt 7:22-23: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."

HERESIAS 35 – PÓS-VERDADE

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

No final do século XX surgiu o termo "pós-verdade". O substantivo foi definido como “relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos influência do que os apelos à emoção e a crenças pessoais”. Isso significa que, na sociedade atual, as interpretações e as versões de um fato teriam mais importância do que o acontecimento em si. Ou seja, a verdade factual torna-se irrelevante, e o que importa mesmo são as crenças, ideologias e opiniões pessoais.

Esse movimento defende que cada indivíduo possui a sua própria verdade. A verdade coletiva é uma utopia, portanto, o que importa é a verdade de cada um, a “minha verdade”. Satanás conseguiu fazer com que o mundo creia que a verdade é uma mentira, e que a mentira é a verdade. No âmbito dos cristãos, o pós-verdade entrou com o sentido de que a interpretação bíblica é mais valiosa que a verdade trazida pelo Espírito da verdade.

As doutrinas e as novas versões bíblicas, que na verdade não é a Escritura, mas paráfrases, que são facilmente compreendidas pela mente são mais relevantes e aceitas do que as coisas ensinadas em mistérios pelo Espírito Santo. A inteligência (maquinação) humana tomou o lugar da revelação divina. Não é mais necessário o Espírito para lhes guiar a toda verdade, mas somente homens que fale o que lhes agrada, que concordam com “a sua verdade”.

2Tm 3:16-17; 4:1-4: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra... virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas".

HERESIAS 36 - SOLIPSISMO

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios,"

Desde o início da Igreja primitiva, temos sido ensinados a viver como povo de Deus, a Sua família, o Corpo de Cristo, pedras vivas da Casa de Deus, uma vida cristã coletiva, mas em toda a história da Igreja sempre existiram os solipsistas. O solipsismo é uma doutrina segundo a qual a única realidade no mundo, e a única coisa que importa é o EU. Solipsismo é a designação comum a religiosos que se isolam do mundo, e passam a ter vida ou conjunto de hábitos de um indivíduo solitário. 

Raras vezes se reúnem, e quando o fazem é num grupo pequeno, bem restrito, e nunca se mesclam. Tem o costume de viverem solitários, no máximo: EU, minha família e Deus. Alguns até se refugiam em monastérios, se tornam anacoretas (vida contemplativa), eremitas, ermitãos. Não tem prazer em congregar, repartir, ser solidário, servir, acolher e ser acolhido; não são hospitaleiros, e o foco é sempre a auto-estima, a satisfação do EU; o EU que governa. Uma ilha solitária, individuais e auto-suficientes. Infelizmente muitos cristãos vivem assim.

Hb 10:24-25: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima."

HERESIAS – APOSTASIA FINAL

1Tm 4:1: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Vimos nas meditações anteriores, com a ajuda do Espírito Santo e as Escrituras a utilidade dela para nos ensinar, para repreender, corrigir e instruir em justiça (II Tim. 3.16). Foi assim que os nossos irmãos do passado resistiram a todas essas heresias, e perseveraram para se guardar delas e fazer sustentar o testemunho da Igreja Viva, coluna e baluarte da verdade, até os dias de hoje. 

Esses tempos posteriores a qual o Espírito nos avisa através do apóstolo Paulo no versículo acima, não é esta apostasia que vem acontecendo na cristandade pouco a pouco nesses dois milênios da sua existência; os ataques do inimigo contra a Pessoa do Senhor Jesus, sua obra e a Igreja fiel ao Senhor que vem desde o princípio. Esta apostasia virá não apenas com falsas doutrinas trazidas por falsos profetas, mas agora trazidas por um falso Cristo. Jesus disse: “ ...Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos”.

Este falso Cristo será astucioso, poderoso, prodigioso, persuasivo, convincente, a ponto de quase enganar os filhos de Deus. Cada animal descrito por Daniel representa um rei e um reino. Apocalipse 13, no verso 2 nos mostra que o anticristo terá todas as qualidades daqueles reis e impérios numa só pessoa. Além disso terá o trono, o poder e autoridade dados pelo Dragão, o diabo.

Os prodígios serão tais que se possível fosse nos enganaria. Só não será possível enganar os escolhidos porque temos o Espírito Santo, o Espírito da Verdade e as Escrituras. Para este tempo temos que estar preparados, com nossas candeias acesas, óleo na lâmpada e na botija, cheios do Espírito Santo, e com a Palavra de Cristo habitando em nós ricamente. Só não podemos apagar o Espírito, e vivermos como virgens insensatas. A graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos.  

Edward Burke Junior

Londrina – Janeiro 2022

 

 

 

 

 

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