Charis
- O Correio da Graça
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MELQUISEDEQUE
A primeira vez que Melquisedeque aparece nas
Escrituras é em Gênesis 14.18-20: “ E
Melquisedeque rei de Salém, trouxe pão e vinho; e
era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja
Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor
dos céus e da terra; e bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe
o dízimo de tudo”.
Ele aparece aqui na guerra dos quatro reis contra
cinco no vale de Sidim próximo ao mar morto, quando Abraão retornou
vitorioso no resgate de seu sobrinho Ló que estava em Sodoma quando esta
cidade foi vencida, tomada e despojada.
O verso acima diz que Melquisedeque era rei de Salém,
uma cidade que não tem relatos históricos, mas em 2011 arqueólogos
israelenses dizem ter encontrado vestígios e confirmaram que Salém era a
antiga Jerusalém, hoje capital de Israel. Há também um texto bíblico,
nos Salmos 76.2 que faz uma relação de Salém e o monte Sião, que sabemos
está em Jerusalém: “ Em
Salém está a sua tenda, e a sua morada em Sião”.
Este rei trouxe a Abraão pão e vinho, elementos que
Jesus usou para falar do seu corpo e sangue que seriam entregues para a
salvação do homem. Isto confirma para nós o prenúncio do seu sacrifício,
e o sacerdócio eterno de Jesus, e o cumprimento da nova aliança que já
estava no coração de Deus desde antes da fundação do mundo. Em seguida ,
no livro de Hebreus capítulo 7, nos versos de 1 a 4 nos confirma isto
quando diz: “ Porque
este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu
ao encontro de Abraão quando este regressava da matança dos reis, e o
abençoou,
a quem também Abraão
separou o dízimo de tudo (sendo primeiramente, por interpretação do seu
nome, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
sem pai, sem mãe,
sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas feito
semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote para sempre”
As Escrituras não afirmam
que é Cristo, porque fala de um personagem real, homem, com um reinado
real, e uma cidade real, mas o texto acima diz que ele foi feito
semelhante ao Filho de Deus, e por isso, ele prefigura claramente o
sacerdócio e reino de Cristo. Toda Escritura testifica dEle, e se este
personagem não fosse importante para nos revelar a Cristo não seria
incluído ali com tantos detalhes preciosos. Este é o propósito do
escritor de Hebreus, de trazer este personagem à luz, relatado e
destacado em Gênesis 14 pelo Espírito Santo. Este personagem enigmático
foi guardado por milênios, mas então o Espírito toma o escritor de
Hebreus e traz a revelação de qual o propósito de ele ter aparecido ali
a Abrão. No capítulo 1 do livro de Hebreus Jesus Cristo é apresentado
como o Filho de Deus, e a expressa imagem do Ser de Deus, e já no
capítulo 2, verso 17 começa a revelar que Ele também é um sumo
sacerdote, não no seu lado humano de geração, porque sendo da tribo de
Judá, nem podia ser sacerdote, mas pelo seu lado divino e eterno: “ Pelo
que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se
tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a
Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo”.
A palavra ‘semelhante’
acima citado, no grego é “aphomoioo”, uma junção da palavra “apho” que
quer dizer ‘distante da origem’, e homoioo que é ‘ser feito como’. Então
a expressão nos dá uma compreensão de semelhança de alguém distante da
origem, e sabemos que o Senhor é esta Pessoa, porque a sua origem é
desde o princípio como nos relata João (João 1.1-3). Então apesar
Melquisedeque, pelo que parece, ser uma pessoa finita mostrava que ele
figurava uma pessoa distante da sua origem. Mas na continuação do verso
4 diz que este sacerdote, não o sacerdócio, mas o sacerdote permanece
para sempre, ou como diz numa outra versão, permanece perpetuamente.
Então, não podemos afirmar, mas tem algumas escolas de pensamentos dizem
que Melquisedeque parece ser uma teofania de Cristo, porque Jesus é que
exerce este sacerdócio eterno, desde antes da fundação do mundo. Que
exerceu em sua encarnação, e agora após a sua ascensão, e continuará
pela eternidade, porque é um sacerdócio eterno. Se Melquisedeque
permanece sacerdote para sempre, então este ministério seria dele e não
de Cristo, mas sabemos que não há outro sumo sacerdote que seja eterno,
e com poder de uma vida indissolúvel senão Jesus Cristo. Inclusive
somente nesta passagem de Gênesis é relatado dele e depois desaparece,
porque só Cristo pode ter a preeminência.
Então o que Jesus fez com
os seus apóstolos na ceia antes da sua morte, Melquisedeque fez antes
com Abraão após sua vitória nesta batalha, e que logo em seguida o
levaria a um degrau mais alto da revelação no sacrifício de seu filho
Isaque, onde Deus lhe mostrou que o seu descendente a quem Deus tinha
feito às promessas era Cristo, e que este filho é que seria sacrificado.
E note que Jesus também promete novamente servir esta ceia no seu reino:
“ Também
vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à
mesa de Abraão, Isaque e Jacó,
no reino dos céus...
Bem-aventurados aqueles servos,
aos quais o senhor, quando vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que
se cingirá, e os fará reclinar-se à mesa e, chegando-se, os servirá...
Mas digo-vos que desde
agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que
convosco o beba novo, no reino de meu Pai.”.
Mateus 8.11, 26.29; Lucas 12.37.
Melquisedeque também nos
revela os dois principais ministérios de Cristo e seu escopo. As duas
funções são o sacerdote e o segundo é rei, e o resultado desses
ministérios é justiça e paz. No antigo testamento o trono e o altar
sempre estiveram separados, mas aqui em Melquisedeque mostra os dois
juntos. Só Jesus pode ser comparado a Melquisedeque em sua totalidade:
Rei de Justiça, e Rei de Paz, o trono e o altar juntos. Nos Salmos 110,
nos versos 3 e 4 vemos uma confirmação desse ministério sacerdotal onde
Deus fala de Cristo e da ordem, ‘dibrah’ no hebraico, ou a razão, a
causa desse ministério: “ O
teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes
santos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua
mocidade.
Jurou o Senhor, e
não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque”. O povo de Deus, no dia
do poder do Senhor, do seu reinado, se apresentará com trajes santos, e
isto só será possível porque Jesus, o Rei de Justiça, o Rei de Paz lavou
e os capacitou. O povo que Ele comprou com o seu sangue e os fez reis e
sacerdotes para Deus (Apoc. 5.9-10). Novamente confirmando o trono e o
altar juntos. Somente em Cristo a justiça e a paz se beijaram (Sal.
85.10), e só há justiça e paz com Deus mediante a fé em Jesus Cristo
(Rom. 5.1).
Melquisedeque também
prefigura o reinado de Jesus Cristo, onde de Jerusalém, como
Melquisedeque na antiga Salém, governará os povos. Da mesma forma
acumulará as duas funções de rei e sacerdote. Terá um governo único,
político e espiritual, mas o seu cetro, símbolo do seu poder será de
equidade: “ O
Senhor enviará de Sião o cetro
do teu poder. Domina no meio
dos teus inimigos” Salmos 110.2. “O
Senhor é grande em Sião,
e exaltado acima de todos os povos.
Louvem o teu nome,
grande e tremendo; pois é santo.
És Rei poderoso que
amas a justiça; estabeleces a equidade, executas juízo e justiça em Jacó
“ Salmos 99.2-4. “O teu
trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o
cetro do teu reino”. Salmos 45.6. “Eis
que reinará um rei com justiça, e com retidão governarão príncipes”
Isaías 32.1. Como Melquisedeque trará justiça e paz às nações, será rei
de justiça e rei de paz.
O escritor em Hebreus 5,
dos versos 4 a 10 mostra que somente Deus podia chamar alguém para o
ministério sumo sacerdotal, e Deus atribuiu ao Filho este ministério na
eternidade, firmado por um juramento, como diz no Salmos 110.4. Vemos em
Apocalipse 13, no verso 8 que o Cordeiro havia sido morto desde antes da
fundação do mundo, e em I Pedro, no capítulo 1, versos 18 e 19 confirma
este sacrifício e com derramamento de sangue; e este sacrifício não era
possível ser feito sem um ministério sacerdotal. Hebreus também nos
confirma em seus capítulos que Jesus foi a oferta e o ofertante; o
sacerdote, o sacrifício e o sumo sacerdote que entrou nos céus com o seu
próprio sangue para realizar uma eterna redenção. Isto nos fala o
capítulo 6, versos 19 e 20 de Hebreus: “ a
qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o
interior do véu;
aonde Jesus, como
precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem
de Melquisedeque”. Mas ele como homem
foi aperfeiçoado como sacerdote quando encarnou, porque tinha que sentir
a fraqueza do homem para poder se compadecer dos ignorantes e errados no
que dizia respeito ao serviço de oferecer dons e sacrifícios pelos
pecados daqueles pela qual iria trazer uma eterna salvação. Somente um
sacerdote eterno podia oferecer um sacrifício único e eterno.
O verso 7 do capítulo 7
de Hebreus mostra que “ o
menor é abençoado pelo maior”. Não há
ninguém maior que Abraão humanamente falando, o pai da fé, e os levitas,
da sua descendência que tinha o encargo sacerdotal. E quando
Melquisedeque o abençoou e recebeu os dízimos dele mostrou que ele era
maior do que Abraão, e de todos eles. E este é o propósito do Espírito
no livro de Hebreus, de mostrar que Jesus é superior a toda a criação,
desde os anjos. Ele é o
herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo
(Cap. 1.2). No verso 8 mostra novamente a eternidade desse personagem,
porque diz que os outros sacerdotes que recebiam o dízimo morreram, mas
este vive. “Este” aqui está se referindo a Melquisedeque, e claro a
Jesus, porque é o único que venceu a morte.
Na sequência, até o verso
28 o escritor de Hebreus mostra que quando Deus disse nos Salmos 110 que
o Senhor Jesus era um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque,
como já vimos, testificou sobre Melquisedeque, e também revelou que na
eternidade já havia um sacerdócio perfeito. Que o sacerdócio segundo a
lei, e segundo a casa de Arão era temporário, como a lei também era
temporária, até que viesse a Cristo e seu sacerdócio eterno: “ Porque
dele assim se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque.
Pois, com efeito, o
mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
(pois a lei nenhuma
coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança,
pela qual nos aproximamos de Deus”
(Versos 17 a 19). O sacerdócio arônico tinha relação com o primeiro
pacto, e somente com Israel, mas o sacerdócio de Cristo cumpriu todos os
termos do segundo pacto que Deus fez, e que inclui toda a humanidade.
Por isso Melquisedeque teve que aparecer antes da lei mosaica, para
mostrar que já havia um sacerdócio anterior que servia o Deus Altíssimo,
pois assim Melquisedeque é apresentado nas Escrituras, sacerdote do Deus
Altíssimo, mostrando através dele um sacerdócio perpétuo, continuo, para
sempre. Um sacerdócio que já era exercido perfeito nos céus agora é
trazido para a terra por Jesus Cristo.
Nos versos 15 e 16 nos
mostram também que o sacerdócio levítico veio para ministrar uma lei com
mandamentos carnais, ou, que dizia a respeito ao pecado do homem, mas
nunca pelos mesmos sacrifícios podiam aperfeiçoar os que faziam de ano
em ano, mas o ministério de Jesus é segundo o poder de uma vida
indissolúvel, indestrutível, que não pode ser desfeita. Por isso tudo o
que vem desse ministério é perfeito e eterno, e que nunca poderá
murchar, ou perder o valor. E sendo único, perfeito e com garantias
eternas, não é necessário como aqueles que eram realizados dia após dia.
E por não estar mais sujeito à morte, pode salvar aqueles que por Ele se
chegam a Deus. Por Jesus ter uma vida indissolúvel, seu ministério
também nunca terá fim.
Então quando Cristo veio
ele trouxe a graça, e um ministério firmado em melhores promessas. Por
isso Ele se tornou fiador de um melhor pacto. Jesus foi fiador porque
tinha que satisfazer de uma vez para sempre o credor, que era Deus, em
favor dos devedores que éramos nós, me resolver de uma vez para sempre
essa pendência. Não havia nenhum justo além dEle que fosse por nós,
homens injustos. Na lei apenas era prorrogada a dívida, e era impagável.
No dia da morte do homem ela cobrava o seu preço, e nem todos os
recursos possíveis neste mundo eram suficientes para quitá-la, mas em
Cristo o escrito de dívida foi pago, riscado e cravado na cruz (Col.
2.14). Nos versos 23 e 24 mostra que o sacerdócio segundo a lei era
temporário e necessário que outros em grande número os substituíssem,
mas o de Cristo é perpétuo. E porque Ele vive não é necessário que
alguém o substitua. Só Ele, como nos diz o verso 25 também poderia
salvar perfeitamente a todos que se achegam a Deus, porque vive por
interceder por esses. Toda pessoa, que a partir do sacrifício de Cristo,
sua ressurreição e ascensão creu, é fruto da sua salvação e do seu
ministério sumo sacerdotal. Todos nós somos frutos do penoso trabalho da
sua alma, clamor do seu sangue (Hb.12.24), e de sua intercessão. Ele
sempre o exerceu, mas praticamente a 2020 anos que este sacerdócio
passou a atender diretamente a nós, aos que creram no seu Nome, e cada
dia tem sido exercido de maneira perfeita, por Aquele que pode se
compadecer das nossas fraquezas, porque em tudo foi tentado a nossa
semelhança, mas sem pecado. E naquilo em que foi tentado pode socorrer
os que também são tentados (Hb. 4.15).
Todos os filhos de Deus,
todos os que foram comprados pelo seu sangue, todos os que creram e
permanecem na fé não poderiam estar hoje em pé, e se apresentar diante
da glória de Deus, inculpáveis, irrepreensíveis, imaculados e jubilosos
sem este sumo sacerdócio de Cristo. Ninguém poderia ter confiança e
esperança se não fosse um sacrifício perfeito, eterno, feito uma vez
para sempre, e ministrado por um sumo sacerdote tal, que se assentou
para sempre a destra da majestade nas alturas. Um
sumo sacerdote
tal,
que garante o seu ministério por causa do seu
caráter santo, inocente,
imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus,
pois é de um tabernáculo celestial que ele exerce este ministério, não
feito por mãos humanas, mas eterna, nos céus (Heb. 8.1-5).
Por isso era necessário
este ministério sacerdotal eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.
Necessitávamos desse sacrifício antes da fundação do mundo, e
necessitávamos dele feito de uma vez para sempre, porque nada, a não ser
este sacrifício podia nos aperfeiçoar os que se chegam para Deus, de uma
vez para sempre. E agora é ele que nos sustenta em intercessão, e é este
ministério eterno que exerceremos juntamente com Ele em seu reino, e nos
novos céus e nova terra. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e seu
ministério entre os homens e Deus também já era exercido antes da
fundação do mundo, é exercido hoje, e será eternamente. Nossa confiança
também é total no juramento que Deus fez, e fez somente a respeito de
Cristo quando disse: “ Jurou
o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque” Sal. 110.4. E
também maravilhosamente fomos incluídos neste sacerdócio eterno, porque
só Ele, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é Melquisedeque, rei de
Salém, Rei de Justiça e Rei de Paz. Aleluia!
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