Dia 09 de outubro

 

 

"...e lutou com ele um homem

até o romper do dia.".

Gênesis 32.23.

 

A insensatez da nossa carne gosta de textos como este que exalta nossa capacidade e força diante de Deus. Ainda mais quando somos motivados por outros nas suas explanações, dentre elas, que a nossa oração pode vencer a Deus. Caso façamos uma vigília de uma noite inteira, podemos fazer que Ele cumpra o que desejamos. Se andarmos assim, mostraremos que não passamos de prevaricadores e que não conhecemos o Deus Soberano: "Lembrai-vos disto, e considerai; trazei-o à memória, ó prevaricadores. Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" Isaías 46.8-10.

O texto da passagem de Jacó no vale de Jaboque é o tempo que Deus vem a nós para realizar aquilo que lhe apraz, independente da nossa vontade. Sempre Deus falou com Jacó, mas sempre ele se fez tardio em ouvir e sempre lutou contra a vontade de Deus. Jacó sempre quis estabelecer a sua própria vontade, e assim também é conosco: "Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; e a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; e eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado" Gênesis 28.13-15.

Tanto é assim que ele sempre quis fazer prevalecer a sua vontade de trapaceiro - porque isso é o quer dizer Jacó - seja no roubo da benção da primogenitura, seja na aquisição da sua esposa pelo trabalho, seja na fuga da ira de seu irmão. Toda a vida de Jacó foi uma luta própria para fazer prevalecer a sua vontade. Jacó é a nossa figura como pecador que resiste a Soberania, a Graça, a Bondade, a Misericórdia e o chamamento de Deus.

Até aquele momento, na passagem do vale de Jaboque, que quer dizer "luta", ele sempre resistiu à vontade de Deus. No Vale de Jaboque, chegou o momento de Jacó conhecer Aquele que o tinha escolhido já desde o ventre da sua mãe: "Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú" Romanos 9.11-13.

Deus teve que lutar com Jacó para que ele parasse de lutar por si mesmo, tanto é assim, que mesmo Deus lutando com ele, ele ainda estava prevalecendo: "E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele" Gênesis 32.25. Aquele era o momento de Jacó parar de lutar, e receber a graça do filho do homem: Jesus, que pelejou por nós e venceu: "Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo" I Coríntios 15.57.

Lutamos toda a nossa vida, e não sabemos que a nossa luta é contra  Deus. A nossa luta só irá cessar, se o próprio Deus vier e tirar toda a nossa força; do contrário, continuaremos resistindo: "E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer" Atos 9.4-6.

Jacó foi mudado para Israel depois disso. Ele foi abençoado por Deus que o fez uma nova criatura; não mais um trapaceiro, mas aquele que anda com Deus e conhece a Deus. Precisamos parar de lutar e nos humilhar perante a sua potente mão. Nossa necessidade não é lutar, mas conhecer a Deus e a Jesus Cristo que é a nossa vida eterna (João 17.3). Amém.

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