A IGREJA MODELO

 

  

Os textos de Apocalipse capítulo 12 e do capítulo 17 se referem a duas mulheres: uma mulher vestida do sol, e a grande prostituta. Ambas são mulheres porque uma representa a Igreja e a outra aquele que Deus desejava que também fosse a Igreja, mas se prostituiu com outros deuses e com os reis da terra.

No Antigo Testamento, em muitos lugares, o Senhor se refere à nação de Israel como a sua esposa, e também depois como uma prostituta: "Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele... E tomaste as tuas jóias de enfeite, que eu te dei do meu ouro e da minha prata, e fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas" Ezequiel 16.15 e 17.

Para a prostituta do Velho Testamento temos a promessa de Deus de perdoá-la e torná-la pura para o seu noivo, mas a prostituta do Novo Testamento não: "Porque eu estabelecerei a minha aliança contigo, e saberás que eu sou o Senhor; para que te lembres disso, e te envergonhes, e nunca mais abras a tua boca, por causa da tua vergonha, quando eu te expiar de tudo quanto fizeste, diz o Senhor Deus" Ezequiel 16.62-63.

Mas tanto a mulher do Velho Testamento quanto a do Novo Testamento é um milagre do Senhor. A Igreja do Senhor é um grande milagre. O Senhor tem ido como antes, a cada cidade, e nela realizado milagres na vida dos homens, trazendo-os para a sua comunhão, para com o Pai, e uns com os outros. Mas tem da mesma forma encontrado cidades penitentes e outras impenitentes, onde não pode fazer ali muitos milagres (Mateus 13.58).

Algo que precisamos atentar é que em cada cidade, da mesma forma como antes, o milagre - ainda que o mesmo - é de forma diferente. O milagre é o mesmo, mas a forma que o Senhor faz este milagre é diferente de cidade para cidade.

Ele faz isto para que não haja um modelo humano. Uma cidade por mais bendita que seja a obra do Senhor, não serve de modelo para outra cidade. Éfeso tinha as suas características e as repreensões específicas feitas pelo Senhor. Assim também é com Pérgamo, Tiatira, Sardes, Coríntios e assim por diante.

Mas o Senhor fala de um modelo, e de uma Igreja modelo: "De sorte que vos tornastes modelo para todos os fcrentes na Macedônia e na Acaia" I Tess. 1.7.

Mas qual era o modelo que a igreja de Tessalônica tinha que podia servir para as outras igrejas? A forma de reunião, ou de administração? A forma de louvor ou de culto? Como os presbíteros, diáconos e outros devem cumprir a sua função? Não! Eles se tornaram modelo por causa das obras de fé, do trabalho do amor, e firmeza de esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante do nosso Deus e Pai. Sabendo que a sua eleição era de Deus (I Tess. 1.3-4).

O modelo não são das práticas, e muito menos da sua administração, mas de uma Pessoa, da pessoa de Cristo. A igreja é o testemunho de Cristo pelo seu amor, fé e paciência. Este modelo não é humano, mas celestial. Tudo para ela provém do alto: "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" Tiago 1.17.

Não há variação nEle, Ele não muda. A mesma expressão que vemos na igreja primitiva é a mesma hoje, porque a Igreja como a lua não tem luz própria. É como a mulher de Apocalipse 12, que está vestida do sol; da aurora lá do alto (Lucas 1.78-79).

Temos que cuidar para não cair no mesmo erro dos cristãos do passado, já que queremos viver como Igreja do Senhor. De se preocupar com a aparência e não com o conteúdo. A igreja é a expressão do Senhor por isso todos nós estamos num processo de despojamento do velho e revestimento do novo, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Não pessoalmente, mas coletivamente (Efésios 4.22-24).

A Igreja é um milagre de Deus. Não para ser vista pelos homens, senão para si mesmo: "Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" Efésios 5.26-27. Amém.

 

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