O CRENTE ESPIRITUAL A libertação plena do pecado "Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça" Romanos 6.17-18. Nesta passagem das Escrituras, o apóstolo Paulo fala daqueles que no passado foram escravos do pecado, mas agora conhecendo e crendo na verdade da sua morte e ressurreição juntamente com Cristo, obedecem de coração à doutrina, isto é, ao ensino desta verdade da Palavra de Deus, e a experimentam. Consideram-se mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus. Crêem que morreram com Cristo, portanto, estão vivendo com Cristo. Com isto, foram libertos do pecado, e estão servindo à justiça (Romanos 6.8-11).
Não queremos usar deste capítulo 6 do Livro de Romanos, para falar de impecabilidade, pois, impecabilidade seria uma justiça própria baseado na capacidade e no esforço do próprio homem de não pecar. Isto não, o que queremos através deste capítulo é falar da libertação que Deus nos traz pela vida de Cristo. Esta experiência não se trata do esforço do homem de não pecar, mas da libertação que Cristo dá do pecado. A diferença é que quando falamos de impecabilidade, estamos falando que a capacidade de não pecar está no homem. Já a libertação plena do pecado, que as Escrituras nos ensinam; o poder para esta libertação não está no homem, mas no poder da vida em Cristo Jesus que habita dentro daquele que nasceu do Espírito: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” Romanos 8.2.
Nisto consiste o grande milagre de Deus em nós. O pecado não mais tem domínio sobre aquele que nasceu de Deus; não porque ele tem algum poder próprio para vencê-lo, mas porque Aquele que venceu o pecado, o diabo, a morte, e todas as coisas, passa a viver dentro de nós, e Ele nos guarda do pecado e nos livra em todas as circunstâncias, pois, Deus nos diz: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca” I João 5.18. “sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus. Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” Romanos 6.9-10, 1-2. Por isso é que em I João 3.9, a Palavra de Deus nos afirma que: “Aquele que é nascido de Deus não peca, porque a divina semente permanece nele, e não pode pecar porque é nascido de Deus”. A divina semente de Deus é Cristo.
Se você disser que é um pecador e vive pecando, a Bíblia fala a quem você pertence quando diz: “quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio” I João 3.8. Não se deixe enganar, pensando haver várias versões bíblicas. Toda a Palavra de Deus fala desta libertação. O nome Jesus significa libertador. Se alguém crê nEle, crê como seu libertador.
Por outro lado, ninguém poderia afirmar que é capaz por si mesmo de viver sem pecado, porque daí ele estaria afirmando uma capacidade própria de não pecar. O fariseu de Lucas 18.9-14, também confiava em si mesmo, e cria que era justo. Não é desta justiça própria que a Palavra fala. Quem promete esta libertação plena do pecado a nós é Deus, portanto, esta capacidade não está em nós, mas na Pessoa de Cristo que é a vida de todo aquele que nasceu de novo.
O testemunho de uma pessoa que verdadeiramente tem experimentado esta libertação, nunca será: “Eu não peco”, mas sempre: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Graças a Deus, que em Cristo, sempre me conduz em triunfo. O Filho é que me libertou, agora verdadeiramente sou livre. Tenho, porém este tesouro em vasos de barro, onde a excelência do poder é de Deus, e não da minha parte. Porque, ainda que foi crucificado por fraqueza, vive contudo pelo poder de Deus. Pois nós também somos fracos nele, mas viveremos com Ele, pelo poder de Deus que opera em nós. Ele me deu a vida eterna, e jamais perecerei, ninguém me arrebatará das suas mãos” (Filipenses 4.13; II Coríntios 2.14; João 8.36; II Coríntios 4.7, 13.4 e João 10.28).
Na lei de Moisés, o transgressor era morto sem misericórdia, isto é, não havia uma segunda chance; era sem apelação quando havia duas ou mais testemunhas de algum pecado. Nesta graça imensurável que Deus realizou por nós em Jesus, se alguém continuar vivendo no pecado depois de ter conhecido plenamente a verdade, já não resta mais perdão, reconciliação ou salvação a este pecador, mas somente a espera pelo juízo final e o fogo que há de devorar todos os adversários de Deus: “Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. Havendo alguém rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” Hebreus 10.26-31.
Aqui Deus não fala do povo do mundo, mas daqueles que dizem ser o povo de Deus. O que separou o homem de Deus foi o pecado, a ponto de Deus lança-lo fora do Jardim do Éden, e cercar a árvore da vida para que o homem não tomasse dela e vivesse eternamente no pecado. Jesus é a árvore da vida, e Deus não deixaria que nenhum filho de Adão tomasse desta vida estando no pecado. Deus, confirmando o que vimos anteriormente, disse que “o homem tinha se tornado como um de nós conhecendo o bem e o mal” (Gênesis 3.22). Deus estava aqui dizendo que o homem se tornara como o diabo: rebelde e pecador.
No sacrifício de Jesus, ficamos livres do pecado e da sua condenação; podendo então na Sua ressurreição, receber desta vida, porque Deus não pode habitar com o mal: “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal” Salmos 5.4. Todo aquele que vive na prática do pecado, nunca viu e nunca conheceu o Salvador Jesus (I João 3.6). Ele estará neste caso chamando Cristo de pecador caso professe que Cristo habita nele: “Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De modo nenhum” Gálatas 2.17. Existe uma palavra que é fiel na Bíblia; tudo que se possa dizer além dela é mentira: “Fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ele, também com ele viveremos” II Timóteo 2.11.
Viver com Ele, é viver em santidade e justiça, e não no pecado: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado. Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece” I João 3.5-6. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca” I João 5.18. Se Cristo está em você, a Palavra de Deus afirma que o Maligno não pode te tocar, nem com o pecado, ou qualquer outra coisa. O pecado procede do diabo (I João 3.8), e foi com o pecado que o diabo tocou a criação de Deus. Deus não deixaria que ele tocasse de novo nesta nova criação com o pecado.
Se você é um incrédulo, já estará duvidando não é de agora, mas se você crê, poderá dizer: - Mas não podemos ser tentados? Sim, e o diabo o fará até o seu último “suspiro” nesta terra. Mas para isto, nós temos o socorro em Cristo e as promessas da parte de Deus que diz: “Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” I João 4.4. Se Jesus está em nós, Ele é, ou não é maior do que aquele que está no mundo? Seja a tentação, o mundo com as suas concupiscências e deleites, as enfermidades, a morte, ou qualquer outra coisa, a Palavra de Deus assegura-nos plena vitória em Cristo.
Ele ainda diz: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” Hebreus 4.15-16. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” Hebreus 2.18. “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu; e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser autor de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” Hebreus 5.8-9. “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” I Coríntios 10.13.
A nossa posição diante de tão fortes inimigos, deverá ser sempre esta: “Ó nosso Deus, não os julgarás? Porque nós não temos força para resistirmos a esta grande multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti. Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados e vede o livramento que o Senhor vos concederá, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor está convosco” II Crônicas 20.12-17.
Se não puder crer nisto, você não será diferente do diabo e dos demônios. Creio que até pior, porque apesar de serem demônios, eles tremem diante deste grandioso Deus (Tiago 2.19). E você? Alguém para ser livre do pecado, tem que receber o socorro de Deus na tentação. É aqui que podemos julgar se a árvore é boa, ou se é má. Uma pessoa no pecado é dominada pela concupiscência do seu coração. Quando alguém nasce de novo, fica livre do corpo do pecado com as suas concupiscências. As tentações e o pecado, não mais estão dentro dele, mas do lado de fora: “pecado que tão de perto nos rodeia” Hebreus 12.1. “O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar” I Pedro 5.8.
É aqui que o socorro vem da parte de Jesus, pois a tentação e o pecado estão do lado de fora, e Cristo que é a nossa vida, está do lado de dentro. Nisto é que consiste a segurança de um verdadeiro crente espiritual, porque maior é Cristo que está nele, do que todo o pecado e o poder de Satanás com as suas tentações que estão no mundo: Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” Romanos 6.14.
Jesus já padeceu por nós na carne, como também já venceu o pecado. Devemos armar-nos também deste mesmo pensamento, para que, no tempo que nos resta na carne, não vivamos mais para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus (I Pedro 4.1-2). Quando o povo de Israel entrou na terra de Canaã, deixou ali alguns povos que Deus dissera que fossem destruídos completamente, e por isso, Deus resolveu usá-los a fim de exercitar aqueles que não tinham aprendido a guerra. Eles foram deixados não para que o povo de Israel fosse derrotado, mas para serem exercitados na vitória (Juizes 3.1-2).
Conosco não há diferença; o Senhor permite algumas investidas do inimigo sobre nós, não com o intuito de sermos derrotados, mas para sermos exercitados, disciplinados, ensinados e plenamente vitoriosos. O Senhor concede esta luta para que possamos experimentar com aqueles que são santos a vitória sobre Satanás: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte” Apocalipse 12.11. Estes são os vencedores que irão Reinar juntamente com Cristo. Aleluia! É do Senhor que vem o livramento, por isso, todo aquele que nasceu de novo, anda pela fé do Filho de Deus, que é a sua vida, e que o amou, e a si mesmo se entregou (Gálatas 2.20): “também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados” II Pedro 2.9. |